Na tarde da última quinta-feira (10), próximo ao Dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças, celebrados hoje (12), a pequenina Agatha nasceu, trazendo para Tatiana muito mais do que qualquer lição que ela poderia ter apreendido durante todo o processo de batalha para contra o câncer: Agatha é a prova materializada de que a fé transforma e o amor vence.
Em janeiro deste ano, na expectativa de viver coisas novas e realizar todos os sonhos planejados no réveillon, a jornalista Tatiana Brandini, de 41 anos, de Fernandópolis (SP), foi surpreendida com o diagnóstico de câncer de mama. Algumas semanas antes, quando aguardava o resultado da biópsia, ela havia passado em Aparecida e fez uma prece: pediu para Nossa Senhora limpar seu corpo para que ela pudesse ser uma mãe melhor para sua filha de 16 anos. A oração foi atendida e, um mês após descobrir a doença, ela recebeu outra notícia que iria mudar novamente o rumo de sua vida: estava grávida e sua filha ganharia a missão de irmã mais velha.
Na tarde da última quinta-feira (10), perto de comemorar o dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças, celebrados hoje (12), a pequenina Agatha nasceu, trazendo para Tatiana muito mais do que qualquer lição que ela poderia ter apreendido durante todo o processo de batalha para contra o câncer: Agatha é a prova materializada de que a fé transforma e o amor vence. “Durante todo o tempo que estive grávida, minha preocupação não foi a quimioterapia, mas ser uma mãe depois dos 40. A Agatha veio para me ajudar e a gravidez foi tranquila. Recebi muita ajuda dos familiares e de mais de dezesseis profissionais que me acompanharam. Fiz terapia, reiki, yoga, cuidei da espiritualidade e tive apoio dos médicos, que foram sensacionais comigo”, conta.
Com o nome inspirado em Santa Agatha (a padroeira das doenças mamárias) e também na pedra da cura, a menina nasceu saudável com 3,7 quilos, 48 centímetros e rodeada de muito amor. “Está todo mundo deslumbrado e radiante com o nascimento dela”, orgulha-se.
Tudo começou com um pequeno cisto que Tatiana encontrou no autoexame em 2015. Apesar de ter feito o tratamento preventivo há quatro anos, não foi o suficiente e ela não conseguiu perceber o nódulo – o tratamento começou quando o câncer estava em estádio intermediário.
Todas as etapas durante o tratamento da doença foram registradas pela jornalista em seu perfil no Facebook. Lá, Tatiana emocionou a todos com seus relatos, desde quando recebeu o diagnóstico, passou pela mastectomia radical, recebeu a primeira e última dose de quimioterapia 15 dias antes do parto, até o nascimento da pequena. Em seu “diário virtual”, a jornalista começou a usar a #cicatrizquecura e publicou fotos reveladoras de quando raspou a cabeça e até mesmo da cicatriz após a cirurgia, que foi realizada no dia 15 de março.
O espaço também virou um canal de troca de informações sobre o câncer de mama. “Eu acabei me tornando uma referência e atendo pessoas do Brasil inteiro por meio das redes sociais. São pessoas com câncer, mulheres que estão passando pela mesma situação que eu. Acredito que essa minha contribuição na sociedade não pode ficar de lado e morrer. O câncer de mama me trouxe isso, essa vontade de ainda ser mais útil no mundo”, afirma.
Mesmo com os desafios e os altos e baixos naturais de quem passa pelo tratamento, a assessora parlamentar não se deixou abalar. Com o apoio do marido, familiares e amigos, ela se encheu de força, fé e permaneceu resiliente em sua caminhada. “Eu não quero que a Agatha tenha o estigma da filha da mulher com câncer. Na verdade, eu estou grata porque essa gravidez me deixou mais saudável, mais disposta, mais paciente e madura”, diz.
O tratamento de Tatiana continua e tem uma longa jornada pela frente – ela terá o acompanhamento médico pelos próximos 10 anos. Se no começo de 2019 seus sonhos e planos foram mentalizados na palavra Oportunidade, a grande motivação para o ano que vem já tem nome. “Eu tenho o hábito de dar uma palavra para cada ano novo. Em 2017 foi Vitória, em 2018 foi Sucesso, nesse ano foi Oportunidade e, no ano que vem, será Transformação. Porque eu pedi oportunidade e o câncer de mama me deu muitas oportunidades de ser uma pessoa melhor e mais útil no mundo. Agora vem a transformação porque a Agatha nasceu, o tratamento continua e tudo novamente se transforma”, finaliza.