Os presentes em uma festa “anti-Dia dos Namorados, realizada no Museu das Relações Rompidas em Los Angeles (EUA), amanheceram nesta quarta-feira (15) convencidos de que os fracassos no amor não têm idade, gênero, nem nacionalidade, mas podem ser superados.
“É algo muito lindo, quando uma pessoa se sente magoada e pode encontrar alguém que passou pelo mesmo e superou”, disse à Agência Efe Nancy Tovar, uma das mais de 100 pessoas que participaram do evento.
A ideia da festa “anti-Dia dos Namorados” surgiu do museu, que presta homenagem ao desamor com uma coleção de objetos que representam dezenas de relações que terminaram.
As 115 histórias que formam a coleção do museu estão contadas em epitáfios escritos pelos próprios envolvidos, que doaram de forma anônima as peças para serem exibidas.
“Espero que as pessoas saiam do museu se sentindo conectadas e com esperança, cada um destes objetos representa alguém que superou uma dificuldade”, disse à Efe Alexis Hyde, diretora e curadora do Museu das Relações Rompidas.
Para a mexicana Isela Vilchis, a festa abre um espaço para pessoas como ela. Divorciada e sem namorado, a imigrante de 38 anos encontrou na festa uma forma de celebrar o amor por outra perspectiva.
“Devemos celebrar o amor, o amor em todos os aspectos. O amor dói, isso também é parte do amor”, conta Isela.
As histórias dos objetos, como um ferro com o qual um homem passou seu terno de casamento e o guardou por vários anos após sua separação, ajudaram os presentes na peculiar festa a se conectar com a proposta de se libertar dos ressentimentos.
“Histórias muito intensas, mas também com muita esperança, estou deixando passar para começar de novo”, diz a mexicana.
Inspirados nesta catarse de ressentimentos, os organizadores da festa se aventuraram a realizar um concurso para premiar o pior término de relação.
Uma parede do museu serviu de confessionário onde os participantes, a maioria mulheres, deixaram suas histórias à espera de um vencedor.
Alexis enfatizou que o objetivo da festa não é endossar o despeito, mas estabelecer um lugar onde se possa aproveitar a vida sem as pressões de ter que estar em um encontro com flores e chocolates.
Além disso, a iniciativa não se baseia só nas relações românticas. No Museu das Relações Rompidas, o primeiro do gênero no país, as histórias de desamor entre pais e filhos, amigos e companheiros de trabalho também têm um lugar.