quinta, 14 de novembro de 2024
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Mulheres vão comandar 18 cidades da região

A partir de janeiro, a região de Rio Preto terá 18 prefeitas mulheres, três delas reeleitas. É, com folga, a maior representação feminina nas prefeituras do Noroeste paulista em 12…

A partir de janeiro, a região de Rio Preto terá 18 prefeitas mulheres, três delas reeleitas.

É, com folga, a maior representação feminina nas prefeituras do Noroeste paulista em 12 anos. Em 2000, apenas duas candidatas mulheres foram eleitas: Rose Coltri (PTB), em Palmares Paulista, e Vilma Caineli (PSDB), em Meridiano. No pleito de 2004, a representação feminina nas prefeituras subiu para oito, e no de 2008, para dez.

Domingo, as 18 eleitas receberam 77.328 votos no total. Esses números podem crescer, já que em Guapiaçu Maria Ivanete Vetorasso (PSDB) teve mais votos do que o rival, mas sua candidatura segue impugnada pela Justiça. Das que venceram nas urnas no domingo, duas estarão no comando de cidades importantes da região: Ana Bim (PSD), em Fernandópolis, e Nice Mistilides (PTB), em Jales. Depois de duas disputas para a prefeitura em que foi derrotada, Nice foi eleita com 13.153 votos no último domingo.

“Fui perseverante, e acabei vencendo a disputa. Minha eleição só comprova a importância crescente da mulher na política”, afirma. Enfermeira, Nice nunca ocupou cargo eletivo. “Minha administração será transparente, voltada aos interesses da população.”Outras três mulheres já comandavam prefeituras no Noroeste paulista, e foram reeleitas para uma nova gestão: Gislaine Franzotti (PMDB), em Potirendaba, Nilza Cesare (PRB) em São João das Duas Pontes e Marli Padovezi Teixeira (PPS) em União Paulista.

Para o cientista político da Unesp Paulo Cunha, o crescimento da participação feminina na política é reflexo direto da inserção crescente das mulheres no mercado de trabalho. “A mulher, hoje, é voz ativa no debate social, econômico e político, o que sinaliza um amadurecimento da democracia no País”, diz.

Um marco nesse processo, segundo ele, foi a eleição da então petista Luíza Erundina para a Prefeitura de São Paulo, em 1988. “Trabalhei naquela administração e vi o preconceito contra ela na época. Tanto que a prefeita teve muita dificuldade para governar a cidade”, diz Cunha. Em 1997, a lei 9.504 estabeleceu que, para as candidaturas proporcionais (vereadores e deputados), cada partido ou coligação deve preencher 30% de vagas para um dos sexos e 70% para outro.

Desde então, a participação da mulher na política cresceu até a eleição da petista Dilma Rousseff à Presidência da República, em 2010.“Hoje, a eleição de mulheres para cargos públicos é vista com normalidade, diferente de 20, 30 anos atrás”, diz o cientista político. A maior participação das mulheres também se reflete no legislativo. Dos 17 vereadores de Rio Preto eleitos domingo, três são mulheres: Karina Caroline (PRB), Alessandra Trigo (PSDB) e Celi Regina (PT).

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