sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Mulheres no poder

Sabemos que há tempos as mulheres vêm evoluindo perante o papel que desempenham na sociedade, pois já tomamos a frente de cargos até então ditos de homens. Sendo assim seguimos…

Sabemos que há tempos as mulheres vêm evoluindo perante o papel que desempenham na sociedade, pois já tomamos a frente de cargos até então ditos de homens. Sendo assim seguimos convictas de que nossas conquistas são realmente refutáveis. Mas, se refletirmos um pouco será que essa evolução é realmente uma conquista, ou não passa de uma ilusão que adotamos para podermos nos virar num mundo que ainda é machista e sexista?

Não queremos ocupar o lugar de ninguém, não queremos aclamar que somos uma minoria, ainda considerada frágil e, em muitos casos, que sofre com a violência doméstica, no entanto alguém está no poder e trata-se de uma mulher.

Sabemos que a política, no nosso caso, brasileira, não se apruma desde os tempos do descobrimento; todavia bastou Dilma Rousseff tomar posse que, se o Brasil não anda bem das pernas a culpada é a bendita da mulher que não sabe administrar e deveria estar em casa lavando louça. Isso é uma conquista? É um preconceito? Precisamos provar mais o quê?

Por meio de tantas idéias enrustidas e ideologias que, por vezes, achamos estarem a nosso favor é que resolvemos promover reflexões acerca das propagandas da Bom Bril, um produto que revolucionou nossa vida, já que traz a praticidade da qual precisamos nesse mundo pós-moderno e ainda tem 1001 utilidades.

A propaganda em questão é para ressaltar a eficiência da esponja de aço, claro; mas o diferencial é que traz as três mulheres mais espertas, extrovertidas, dinâmicas e que fazem um humor dito inteligente na televisão brasileira atualmente, trata-se de Marisa Orth, Mônica Iozzi e Dani Calabresa. No comercial elas enfatizam que agora é a vez das mulheres, pois nós é quem mandamos no pedaço e estamos no comando, somos mulheres evoluídas.

Óbvio que com a ascensão da presidenta não deixamos de estar no comando, mas por que ainda precisamos enfatizar, proclamar, levantar uma bandeira estampada em letras garrafais que somos mulheres, que temos direitos se ainda é tudo tão mascarado, tão paradoxal? E além do mais, o comercial acaba debochando dos homens, como se eles fossem uns inúteis, uns paspalhos com pouca ou nenhuma utilidade, pois se não tiverem as mulheres para norteá-los não conseguem se virarem; transparecendo um pouco a nossa superioridade perante o macho, que não deixa de ser contraditório também.

Parece que as propagandas contribuem para acreditarmos nessa ilusão de que estamos realmente no comando. Afinal, estamos ou não? Temos direitos iguais aos dos homens? O que gostaria de propor com tais provocações é a de que independente de quem esteja no poder, ou de quem seja a bola da vez, homens e mulheres devem se respeitar, seja nas diferenças, seja na igualdade, seja na capacidade que cada um tem para lidar com a vida, sem exaltar um ou outro, mas sim levando em conta as conquistas de ambos os sexos. Vamos portanto, evoluir juntos.

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