A jovem Janaína Cristina Moraes Francis, 19 anos, registrou um boletim de ocorrência de natureza ‘Omissão de Socorro’ contra o Hospital Padre Albino (HPA), na tarde de terça-feira. De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil, a jovem, que é moradora da Rua Domingos Sposito, no Jardim Alpino, compareceu ao Plantão Policial e informou que teve uma gestação de nove meses, com acompanhamento de pré-natal pelo Posto de Saúde da Vila Soto e foi encaminhada ao HPA para a realização de exame.
Após ser feito um ultra-som, ficou constatado que a criança estava com 40 semanas e passava bem.
No dia 6, foi realizado outro ultra-som e a criança continuava bem, porém ocorreu que a ‘bolsa’ da mãe não arrebentou e a paciente não apresentou dilatação.
A vítima afirmou que, mesmo assim, os médicos insistiam no parto normal e passaram a colocar remédio intra-uterino vaginal, num total de sete comprimidos.
No dia seguinte, foi feita nova consulta e o coração da criança não foi ouvido. A vítima foi encaminhada para o centro cirúrgico e, após a cesariana, a criança do sexo masculino nasceu sem vida, com peso de 3,680 quilos e 48 centímetros.
De acordo com o Diretor Clínico do HPA, Pedro Celso Ribeiro Bazilli, a paciente foi internada no dia 5 e submetida a um exame ginecológico, constatando-se que o colo do útero estava fechado.Em seguida, foi realizado um ultra-som que demonstrou que o nenê estava do tamanho normal e com o coração em ritmo normal. “Como a paciente estava na fase de ‘primigesta’ e apresentava pico de pressão alta, optou-se por interná-la para acompanhá-la”, explicou o médico.
Em seguida, procurou-se induzir o parto, ou seja, colocar um tipo de comprimido na vagina para aumentar as contrações uterinas e entrar em trabalho de parto para nascer o nenê. “Podem-se colocar até oito compridos, sendo um a cada quatro horas. Depois de completar as 32 horas, não dilatou o colo e não entrou em trabalho de parto. Isto significou falha de indução do próprio organismo, ou seja, não respondeu. A partir desse momento a mãe estava indicada a cesariana”, disse Bazilli.
A criança da paciente estava normal, mas, quando foi indicada à cesariana, começou a ter batimentos cardíacos variados.
O nenê nasceu morto e, segundo o médico, não houve perda de tempo, atraso nem omissão.
“Foi pedida a necrópsia da criança para saber a causa da morte, mas a família não autorizou. Essa era a única maneira de dar um diagnóstico correto do caso. O hospital seguiu todos os parâmetros normais de atendimento, não houve descaso nem falha”, afirmou o diretor. A paciente foi internada no dia 5 e realizou a cesariana no dia 7.