Uma mulher foi presa, suspeita de comprar um bebê com 9 dias de vida, na cidade de Minaçu, no norte de Goiás. De acordo com a Polícia Civil, a autônoma Dian Karla Batista Gonçalves, de 29 anos, pagou $ 2,5 mil à mãe da criança para ficar com ela. Toda a negociação foi feita por WhatsApp e as conversas foram obtidas pela polícia, que efetuou a prisão de Dian Karla em um hospital, tentando tirar uma certidão de nascido vivo para registrar o bebê.
“Ela foi ao hospital pedindo a certidão, para que pudesse registrar o bebê. Disse que a criança tinha nascido no meio da estrada, durante uma viagem, e depois não procurou o médico, por isso não tinha o documento”, explica o delegado responsável pela investigação, Rhaniel de Almeida Pires.
Funcionários do hospital desconfiaram da história contada pela mulher e chamaram a polícia. Dian Karla, no entanto, deixou a unidade antes da chegada dos agentes e seguiu para a Secretaria de Saúde, com o mesmo objetivo. A história também gerou desconfiança dos empregados do órgão, que também decidiram chamar a polícia. Dessa vez, a suspeita acabou presa em flagrante.
Em depoimento, Dian Karla confessou que o bebê não era dela, mas não admitiu que havia comprado a criança. Segundo a suspeita, o bebê era filho de uma mulher de Caruaru, em Pernambuco, que havia lhe dado. A versão, no entanto, foi desmentida pelas conversas registradas no WhatsApp dela e transações bancárias. “Essa informação não é verdadeira, porque achamos diversas conversas dela com a mãe biológica da criança falando sobre depósitos em dinheiro e também comprovantes dessas transferências. Ela fez depósitos que somam R$ 2 mil e, quando foi buscar a criança, pagou mais R$ 500”, contou o delegado.
Nas conversas, ainda com a mãe biológica grávida, as duas negociam o pagamento e a data do parto. Dian Karla chega a admitir o receio de que a outra mulher desistisse do acordo: “Estou com medo de você não me dar esse bebê. Se você desistir ou tomar outra decisão, me avisa”. A mãe do bebê, aparentemente nervosa com a situação, responde: Estou louca para resolver logo isso tudo. Já falei que vou entregar, então, por favor, não me enche mais”.
Dian Karla contou à polícia que procurou na internet uma forma de conseguir um bebê doado e chegou até a mãe da criança comprada. A suspeita contou que já tem três filhos biológicos e um adotado e que tinha a intenção de cuidar do menino do caso como mãe. Ela foi indiciada por tentativa de falsidade ideológica, já que tentou registrar uma criança que não era dela, e por receber uma criança mediante pagamento, e pode pegar até 9 anos de prisão. A suspeita foi levada ao presídio municipal de Minaçu, onde aguarda decisão da Justiça.
Jornal Tribuna Livre