A Polícia Metropolitana (Met) da Inglaterra foi obrigada a pedir desculpas e pagar indenização a uma professora pelo uso de “linguagem sexista, depreciativa e inaceitável” por parte de policiais quando foi revistada.
“Que fedor é esse? Ah, é a calcinha dela”, disseram policiais de uma delegacia de polícia do nordeste de Londres depois que Konstancja Duff foi pressionada no chão e suas roupas foram cortadas com uma tesoura por três agentes do sexo feminino.
A Met pediu desculpas à professora assistente de Filosofia da Universidade de Nottingham (Inglaterra), depois que o vídeo da CCTV capturando as conversas dos policiais foi divulgado como parte de uma ação civil contra a força, segundo reportagem do “Guardian”.
O incidente ocorreu em maio de 2013, na região de Hackney (Londres), mas só agora o caso foi encerrado. Ela foi acusada de intervir na prisão de um adolescente de 15 anos quando lhe entregou um cartão listando seus direitos legais. De acordo com a polícia, o jovem tinha uma faca escondida em uma das meias.
Na delegacia, terminada a busca, um policial do lado de fora de sua cela pergunta às policiais:
“Não encontraram nada de desagradável nela, senhoras?”
Uma mulher responde: “Muito cabelo.”
Dois policiais são vistos vasculhando os pertences da professora, antes de um indagar:
“Desculpe, desculpe, que fedor é esse?”
Outro responde:
“Ah, é a calcinha dela, sim?”
Um terceiro agente acrescenta:
“Ah, eu me sinto nojento; vou precisar de um banho”.
Um colega responde: “Você precisa se desinfetar.”
O caso se arrastou, até que foi revisto em outubro do ano paassado, após um painel em 2018 inocentar os agentes, e concluído recentemente.
“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para me desculpar sinceramente e sem reservas pela linguagem sexista, depreciativa e inaceitável usada sobre você e por qualquer aborrecimento e angústia que isso possa ter causado”, disse o inspetor Andy ODonnell. “Espero que a resolução desta reclamação e o reconhecimento do impacto do que aconteceu naquele dia permitam que você deixe esse incidente para trás”, concluiu.