A funcionária pública Tânia Cardoso, de Curitiba, decidiu doar o próprio corpo depois de morrer a instituições de ensino e pesquisa.
“Por que não contribuir com o estudo da medicina?”, perguntou Tânia. “É uma forma de eles poderem dar utilidade pra esse corpo”, prosseguiu ela. “É um serviço de utilidade pública.”
No Paraná, a doação de corpos para fins de ensino e pesquisa é regulamentada por lei desde 2007. A doação não inviabiliza velório, funeral nem doação de órgãos.
Segundo a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, 64 corpos já foram doados no Estado desde 2009, ano em que começaram os registros de doações.
O processo é coordenado pelo Conselho Estadual de Distribuição de Cadáveres do Paraná.
Ciência: 60 instituições de ensino poderão receber o corpo de mulher
“A gente tem mais de 30 mil alunos que dependem dessas doações para poder continuar os estudos”, disse o presidente do conselho de distribuição, Gonçalo Cassins Moreira do Carmo, conforme o portal g1.
Ao todo, quase 60 instituições de ensino superior do Paraná estão cadastradas para receber os corpos. Atualmente, os ensinos na medicina usam manequins com peças em resina que simulam as partes do corpo.
Mesmo assim, os professores dizem que nada substitui o uso de um corpo de verdade. “Quando um estudante da saúde usa estruturas de acrílico, ele não vai conseguir observar com a mesma evidência do que num corpo essas estruturas reais”, explica a professora Camila Marques.
“Essa diferença é importante”, prossegue a professora. “Até porque a gente vai conseguir ver outras estruturas no corpo que muitas vezes a gente não vê na peça.”