A estudante Carolina Arruda, de 27 anos, recebeu alta da Santa Casa de Alfenas (MG) na última sexta-feira (30), após quase dois meses de internação para tratar a neuralgia do trigêmeo, uma condição conhecida como “a pior dor do mundo”. A jovem, que enfrenta uma rara forma bilateral da doença, será transferida para a casa dos sogros em Lavras, onde deve descansar enquanto continua a buscar alternativas para controlar a dor sem desconsiderar a eutanásia.
Durante a internação, Carolina passou por dois procedimentos: o implante de neuroestimuladores na medula espinhal e no gânglio de Gasser, que não obteve sucesso, e a colocação de uma bomba de infusão de fármacos no dia 17 de agosto. Apesar das dificuldades, a estudante relata uma leve melhora, com a dor basal estabilizada entre cinco e seis em uma escala de dez pontos, e uma redução das crises diárias de 50 para 20.
“Estou atenta e não vou depositar tanta esperança, pois tenho medo de me decepcionar”, desabafa Carolina, que ainda considera a possibilidade de eutanásia se as novas terapias não trouxerem resultados significativos. Ela pretende aguardar seis meses para avaliar a eficácia da bomba de infusão antes de tomar qualquer decisão definitiva.
A jovem mantém a expectativa de uma melhora mais significativa, conforme combinado com o médico responsável. “Minha ideia para abandonar a eutanásia era que a dor reduzisse em 50%. Até agora, diminuiu cerca de 25%”, conclui Carolina, esperançosa, mas cautelosa sobre o futuro de seu tratamento.