O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um procedimento para investigar uma empresa de Porto Feliz (SP) que teria incentivado funcionários a votarem no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições 2022.
Informações que circulam nas redes sociais detalham que a empresa, que atua no ramo automotivo, teria distribuído folhetos internamente durante o mês de setembro deste ano. Ao todo, cerca de 700 funcionários trabalham no local, segundo site da unidade.
O informativo detalha a posição da empresa em relação ao atual governo, como um posicionamento a favor de Bolsonaro. Veja abaixo um dos trechos:
“Nós da diretoria da (…) decidimos nos posicionar. Não é hora de ocultismo, de covardia e de ‘esperar para ver no que vai dar’. O momento pede coragem, posição, definição para que possamos ser protagonistas de um país melhor, de uma sociedade mais justa. Sendo assim, pensamos que o melhor caminho político no momento é o da manutenção do atual governo e não o da volta de uma esquerda que há muito tempo deixou de defender o interesse popular em detrimento dos interesses do seu próprio ego e de políticos e empresários corruptos.”
Nas redes sociais, o caso repercutiu entre os internautas. Uma pessoa que menciona trabalhar no local fez uma postagem sobre o fato como algo relacionado ao “orgulho de fazer parte dessa equipe”. Ele finaliza com uma frase usada de maneira recorrente pelo atual presidente da República: “Brasil acima de tudo, Deus acima de Todos”, ao lado de emojis de bandeiras do Brasil.
A veiculação de material de propaganda eleitoral nas empresas é proibida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme a Resolução 23.610/19.
O MPT informou que abriu um procedimento para investigar a empresa. Já o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) afirmou que não se manifesta sobre casos concretos e que, em casos de supostas irregularidades, é necessária que haja uma representação para o TRE se pronunciar.
Ainda conforme a Justiça Eleitoral, não foi localizado processo contra a empresa. O g1 tentou contato com empresa, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.