Os coordenadores da 4ª Câmara (Meio Ambiente) e 6ª Câmara (Populações Indígenas) do Ministério Público Federal, Nívio de Freitas e Antônio Carlos Bigonha, solicitaram a abertura de uma investigação sobre as circunstâncias que envolveram a demissão do diretor de proteção ambiental do Ibama, Olivaldi Azevedo, dias depois de uma megaoperação contra garimpo e desmatamento ilegal em terras indígenas no sul do Pará.
Major Olivaldi, que nasceu em Votuporanga, assumiu o cargo no Ibama em janeiro de 2019. Antes, ele atuava como subcomandante da Polícia Militar Ambiental de Rio Preto.
No ofício, os coordenadores solicitam que seja apurado se houve desvio de finalidade na demissão e improbidade administrativa por parte do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e do presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bim. Segundo fontes do Ibama ouvidas ontem pela reportagem sob a condição de anonimato, Azevedo foi demitido porque não conseguiu frear a equipe de fiscalização do órgão.
A exoneração foi assinada pelo ministro Ricardo Salles. De acordo com o ministério, a decisão foi tomada em comum acordo e, com ela, a pasta tem a intenção de melhorar o combate ao desmatamento.
A operação em três terras indígenas no sul do Pará, onde vivem cerca de 1.700 índios, tinha como objetivo proteger os indígenas que moram na localidade do contágio pelo coronavírus. Desde o início da pandemia, as invasões em terras indígenas aumentaram. Os alertas de desmatamento na Amazônia cresceram 29,9% em março deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado.