Um acordo assinado no Ministério Público de Goiás (MPGO) definiu medidas de segurança para garantir a realização do duelo entre Goiás e Corinthians, pela 32ª rodada do Brasileirão, com a presença das duas torcidas, ainda sem data definida. O jogo estava marcado para o último sábado, mas não foi disputado porque o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou o adiamento como resposta à decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) de proibir a entrada de torcedores corintianos no Estádio da Serrinha.
O documento foi assinado em reunião coordenada pela subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Laura Maria Ferreira Bueno. Estiveram presentes o coordenador do Grupo de Atuação em Grandes Eventos de Futebol (GFUT), Diego Osório da Silva Cordeiro, o presidente do Goiás Esporte Clube, Paulo Rogerio Carvalho Pinheiro, e integrantes do Batalhão Especializado de Policiamento em Eventos (Bepe) da Polícia Militar de Goiás e da Federação Goiana de Futebol (FGF).
“Este é um exemplo de como o Ministério Público pode atuar de forma eficaz por meio de uma articulação extrajudicial com os envolvidos, visando a garantir, de forma célere, o direito dos cidadãos ao lazer, no caso em questão, assistir ao jogo do seu clube do coração”, afirmou a subprocuradora sobre a decisão.
O acordo envolve quatro compromissos acatados pelas partes envolvidas. O Bepe deu garantia de escolta às torcidas organizadas do Corinthians, e o Goiás exigirá que os torcedores de ambos os clubes realizem cadastramento facial no site www ingresso.goiasec.com.br. para terem acesso à compra de ingressos Será vendida apenas uma entrada por CPF e ninguém poderá entrar no estádio sem a dupla validação (ingresso e reconhecimento facial).
Além disso, o Goiás encaminhará ao Bepe, 24 horas antes da partida, a relação de todos os torcedores do Corinthians que realizarem o cadastro e comprarem ingresso. Outra medida será o isolamento da área ao redor do estádio, seis horas antes, para circulação apenas de torcedores a caminho do jogo. “Agora, com este acordo e com a implementação de medidas de segurança, sobretudo a identificação facial, é menor a possibilidade de briga entre as torcidas, conforme observado pelos próprios integrantes do Bepe durante a reunião.”, comentou Osório.
O CASO
O motivo de todo o imbróglio do último final de semana foi o encontro entre as equipes no primeiro turno do Brasileirão deste ano, no dia 19 de junho, quando organizadas corintianas e esmeraldinas entraram em confronto na Marginal Tietê, em São Paulo, utilizando fogos de artifício e barras de ferro e madeira A briga deixou feridos e gerou 17 detenções.
Por causa do episódio, o MPGO atendeu a um pedido do Bepe, que alegou risco à segurança dos torcedores, e recomendou que a partida de reencontro entre os times no segundo turno fosse disputada com torcida apenas do time da casa. A recomendação foi acatada pela CBF, mas o Corinthians acionou o STJD e conseguiu a liberação para seus torcedores assistirem ao jogo no Estádio da Serrinha.
Com a entrada liberada, caravanas com torcedores alvinegros saíram de São Paulo ainda na manhã de sábado, pouco antes de uma nova decisão vir à tona. O MPGO recorreu ao Tribunal de Justiça e conseguiu que a determinação de torcida única fosse restabelecida. Diante do impasse, o STJD adiou o duelo.