O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) pediu à Justiça o arquivamento do inquérito que investiga o suposto estupro cometido por Neymar, alvo de acusação da modelo Najila Trindade. A decisão foi comunicada na tarde desta quinta-feira em entrevista coletiva na sede do MP-SP. O motivo para arquivamento foi falta de provas, de acordo com a promotoria.
“Após mais de um mês de exaustiva diligência feita pela delegacia e pelo acompanhamento do MP, decidimos pelo arquivamento por não haver provas suficientes do que foi alegado pela própria vítima”, explicou a promotora Flávia Merlini.
Participam da entrevista coletiva o subprocurador-geral de Justiça Criminal, Mário Sarrubbo, e as promotoras de Justiça Flávia Merlini e Estefânia Paulin, da Promotoria de Justiça de Enfrentamento à Violência Doméstica de Santo Amaro.
O entendimento das promotoras coincide com que as investigações realizadas pela Polícia Civil. Há duas semanas, a delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, de Santo Amaro, afirmou não ter encontrado elementos para indiciar Neymar na investigação de estupro envolvendo Najila.
As promotoras informaram que o arquivamento por falta de provas não implica em absolvição. O processo pode ser reaberto a qualquer momento, desde que surjam novas provas. As conclusões do MP-SP e da Polícia Civil vão embasar a decisão final da juíza da Vara da Região Sul 2 de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. Para ser encerrado, o caso ainda precisa, portanto, de uma decisão judicial.
Questionada sobre as acusações de agressão feitas por Najila, a promotora Flávia Merlini afirmou que os laudos do Instituto Médico Legal (IML) não constataram sinais de violência.
As contradições apresentadas por Najila foram levadas em conta pelo MP. “Não dá para se dizer qual a prova que faltou. Por todos os elementos colhidos, pelas contradições existentes no inquérito, optamos pelo arquivamento”, disse a promotora.
As investigações da acusação de estupro e agressão de Najila contra Neymar começaram em 31 de maio, com a realização da acusação pela modelo. Os dois se conheceram pelo aplicativo de fotos e mensagens Instagram. Ela contou que viajou a Paris a convite do jogador e, durante uma visita dele ao quarto que estava hospedada, o atacante fez sexo sem consentimento, em 15 de maio. O atleta confirmou a viagem, mas negou as acusações.
No dia seguinte, Neymar esteve no mesmo quarto e foi agredido por Najila. A modelo gravou o encontro e alegou que buscava uma prova de que se encontrara com o atleta. O vídeo tem cerca de 60 segundos. A modelo afirmou que gravou todo o encontro, mas o vídeo teria sido furtado juntamente com seu tablet. As imagens nunca foram mostradas aos investigadores.
Por Najila não ter apresentado o vídeo completo, o advogado Danilo Garcia desistiu do caso. Atualmente, a modelo é defendida por Cosme Araújo, que ainda não se pronunciou sobre o pedido de arquivamento do MP-SP.