O Ministério Público denunciou quatro policiais militares do 9º Batalhão de Ações Especiais de Rio Preto em um processo que investiga a morte de dois homens durante uma abordagem em 2019.
Na época, Adeilton Souza da Silva e Richard Miranda Claudino da Silva foram mortos pelos policiais após serem apontados como suspeitos de assaltarem uma chácara.
De acordo com a denúncia do MP, os policiais Célio Cordeiro dos Santos, Daril José Afonso Rita, Giovani Fantin Padovan e Thiago Trídico foram denunciados pelos crimes de duplo homicídio qualificado por motivo torpe, crueldade e recurso que dificultou a defesa das vítimas, além de porte ilegal de arma. Os policiais também são suspeitos de fraude processual.
Segundo consta no documento, a Polícia Militar apresentou uma versão de que quatro homens invadiram uma chácara e renderam três pessoas. Os bandidos fugiram levando um botijão de gás e um celular. As vítimas reconheceram dois dos suspeitos, porém os homens que foram mortos pela PM não foram reconhecidos como sendo coautores do roubo.
Durante a procura pelos assaltantes, os policiais localizaram um veículo com as mesmas características descritas pelas vítimas do roubo. Dois homens foram mortos em um tiroteio com os policiais, enquanto outros dois ocupantes do carro conseguiram fugir em direção ao bairro Jockey Club.
Aproximadamente meia hora depois do confronto, os quatro policiais encontraram e mataram a tiros Adeilton da Silva e Richard da Silva. Na denúncia, o Ministério Público afirma que no local imagens das câmeras de segurança flagraram a movimentação e a ação dos policiais denunciados, além de outras viaturas da corporação.
Em trecho da denúncia, a conclusão é que as vítimas foram executadas. “As imagens das referidas câmeras foram submetidas à minuciosa perícia e confrontadas com as versões apresentadas nos autos, levando à inevitável conclusão que os denunciados executaram, mediante vários disparos de suas armas de fogo, as pessoas de Adeilton e Richard, mesmo já estando as vítimas rendidas e em poder dos policiais”, disse o promotor José Márcio Rossetto Leite.
A reportagem do sbtinterior.com entrou em contato com o comando da Polícia Militar sobre a denúncia do MP, mas não recebeu retorno. O espaço está aberto para atualizações.