O promotor de justiça Antônio Ganancin Filho reconheceu, ontem, que “não há provas para pedir a condenação” do vereador Nilson Silva (PP), acusado de uma série de crimes pelo Conselho de Ética da Câmara. Ganancin afirmou que “eu tinha indício de prova para pedir a instauração do processo, mas não posso dizer que tenho provas para condenar o vereador”.
Nilson Silva responde a processo que foi gerado pelas conclusões do Conselho de Ética, que no ano passado tentou cassar o seu mandato e não conseguiu. Pesa sobre ele, a compra de uma mesa de bilhar, que teria, em parte, sido paga com selos do Legislativo.
Outra acusação é a suposta divisão de salário da ex-assessora Deraldina de Souza Leite. Ela disse que o vereador usava parte de seu salário para pagar um funcionário de sua empresa. Nilson nega, afirmando nunca ter usado dinheiro público na empresa.
Em seu interrogatório, ontem,perante o juiz Robledo Mato Alves de Moraes,da 2ª Vara Criminal, o vereador Nilson Silva voltou a negar as acusações e teria até chorado, segundo revelou o promotor do caso, Antônio Ganancin Filho. Segundo Ganancin, o vereador começou a chorar, quando lembrou que trabalhou de servente de pedreiro para o marido de Deraldina Leite.
Para Ganancin, embora existam indícios, o Ministério Público não conseguiu reunir provas sobre a prática dos crimes pelos quais Nilson Silva é acusado, “está claro que ele comprou a mesa de bilhar, não há dúvidas”, disse o promotor, para em seguida afirmar que não há provas para pedir a condenação do vereador.
No ano passado, o plenário da Câmara absolveu Nilson Silva das mesmas acusações. Ele obteve oito votos pela manutenção do mandato. Durante as investigações feitas pelo Conselho de Ética, Silva afirmava que não tinha direito de defesa.
O vereador Nilson Silva responde a outro processo. Na Justiça Eleitoral, ele acusado por Deraldina de Souza Leite, de ter usado fichas de inscrições de eleitores em seu gabinete. O promotor eleitoral Antônio Baldin já denunciou o vereador.
Sobre os crimes pela compra da mesa e a divisão de salários, o juiz Robledo Matos Alves de Moraes marcou nova audiência, com a presença de Silva, para o dia 29 de março do ano que vem. Neste dia, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa. Logo depois, em no máximo duas semanas, o juiz dará sentença no processo.
