Após pedido feito por entidades e advogados de direitos humanos, o Ministério Público de São Paulo abriu hoje (21) uma investigação para apurar as ameaças de morte sofridas nas redes sociais pelo padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo, conhecido na cidade por sua atuação em defesa dos moradores de rua.
Documento encaminhado ontem (20) ao Ministério Público, pede a instauração de inquérito policial que identifique e responsabilize os autores das ameaças. Entre os que assinam a representação está o cardeal arcebispo metropolitano de São Paulo, Dom Odilo Scherer.
“A parcela da população insensível ao tema da falta de moradia, vendo-se frustrada no anseio de que a municipalidade retire os moradores em situação de rua das regiões para as quais eles têm se dirigido, tem atribuído a permanência dessas pessoas nas ruas ao trabalho pastoral exercido pelo padre Julio Lancellotti junto à população mais carente da cidade”, diz trecho do documento.
Para as entidades, esse posicionamento tem se mostrado demasiadamente violento em manifestações nas redes sociais, e cresce a preocupação com a integridade física tanto dos moradores em situação de rua como dos que dispensam especial cuidado a essas pessoas, como é o caso do padre Julio Lancellotti.
As ameaças foram postadas em redes sociais, principalmente em páginas de moradores da região da Mooca, na zona leste da capital, onde fica a igreja São Miguel Arcanjo, em que o padre Júlio é pároco. No documento encaminhado ao Ministério Público são citadas e identificadas algumas das ameaças e foi solicitado que o órgão investigue também as mensagens apagadas ou editadas.