A constatação veio logo após o feriado de 1º de maio do ano passado, dois motoristas foram flagrados por radares móveis da Polícia Rodoviária Estadual transitando a 200 km/hora. Os flagrantes ocorreram em Estrela d´Oeste e Meridiano.
Mas, não foram só esses dois motoristas que “pisaram fundo” na Rodovia Euclides da Cunha e extrapolaram a velocidade máxima permitida que é de 110 km/hora para veículos leves e 90 km/hora veículos pesados. De acordo com números fornecidos pelo DER – Departamento de Estradas e Rodagens, em 2018, no período entre janeiro e dezembro, os radares fixos instalados nas pistas Leste e Oeste da rodovia, no trecho entre Mirassol e a ponte rodoferroviária sobre o Rio Paraná, flagraram 44.039 motoristas que foram multados por excesso de velocidade.
O montante de multas aplicadas, segundo o DER, equivale a 3.669 infrações por mês, 122,3 por dia ou cinco por hora. Esses flagrantes são apenas os registrados pelos radares fixos. Não consta aqui, os flagrantes feitos pela Polícia Rodoviária com os radares móveis, como foi o caso do registro inicial dessa reportagem. “A fiscalização da velocidade nas rodovias estaduais é realizada por agentes da Polícia Militar Rodoviária e pelos radares fixos implantados na rodovia, com localização disponível no site do DER-SP. O DER alerta que o respeito às leis de trânsito, ao limite de velocidade estabelecido na pista e à sinalização vigente é um fator determinante para um trânsito mais seguro”, diz a nota oficial encaminhada pelo DER ao CIDADÃO.
A Euclides da Cunha, após a duplicação viu aumentar o volume de tráfego nos dois sentidos da pista, Leste e Oeste. De acordo com estatística disponível do DER, de 2017, a média diária de veículos que transitam pela rodovia no trecho de 180 km é de 68 mil. O valor da multa nas rodovias varia conforme a velocidade flagrada. Se o motorista passar pelo radar com velocidade 20% acima da permitida, a multa é de R$ R$130,16 e quatro pontos na carteira de habilitação. Entre 20% e 50% acima da velocidade máxima rende multa de R$195,23 e cinco pontos na carteira. Acima dos 50% a multa é de R$ 880,41 mais sete pontos.
Os radares fixos estão instalados em Fernandópolis (Viaduto da Expedicionários e viaduto do Distrito Industrial), Votuporanga, Jales, Tanabi, Cosmorama, Santa Fé do Sul, Bálsamo.
Velocidade é a causa de maioria dos acidentes
Desde a duplicação da Rodovia Euclides da Cunha, o excesso de velocidade tem sido a causa principal de acidentes. “Agora, você tem muito mais acidentes de capotamento na Euclides da Cunha, antes tínhamos mais colisões frontais e transversais por conta de ser uma pista simples, porém a velocidade desenvolvida não era tão grande. Com a duplicação, a possibilidade de aumento de velocidade é evidente porque é uma pista mais larga”, explica César Augusto da Silva, tenente da Polícia Rodoviária, em entrevista ao Diário da Região.
De acordo com a Polícia Rodoviária Estadual, em 2013 e 2014 foram 43 mortes no trecho.
Em 2018, segundo dados do Infosiga São Paulo, oitos pessoas morreram em acidentes e atropelamentos na Rodovia Euclides da Cunha, só no trecho de Fernandópolis, entre agosto de 2016 a dezembro de 2018. Foram dois acidentes com motos, dois com veículos e quatro atropelamentos. Não constam nesta estatística a morte de dois motoqueiros na alça do Trevo de Água Vermelha no entroncamento com a Euclides da Cunha. Em 2018, foram cinco mortes.