sexta, 15 de novembro de 2024
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Motorista recusa transportar deficiente por causa de cão-guia

O administrador de empresas Darley Aparecido de Oliveira, de 26 anos, enfrentou uma situação constrangedora ao ter uma viagem recusada em um aplicativo de corrida após tentar embarcar no automóvel…

O administrador de empresas Darley Aparecido de Oliveira, de 26 anos, enfrentou uma situação constrangedora ao ter uma viagem recusada em um aplicativo de corrida após tentar embarcar no automóvel com um cão-guia. O caso aconteceu na última semana no bairro da Mooca, na zona leste de São Paulo.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o administrador, acompanhado do animal, aguarda na calçada a chegada do veículo. Após estacionar, Darley se aproxima e tenta entrar, mas as portas permanecem travadas e o motorista se recusa realizar a corrida. Segundo a vítima, o condutor disse que não transportava cachorros em seu carro mesmo sabendo que se tratava de um cão-guia.

Oliveira relata que solicitou a viagem para ir à fisioterapia acompanhado de Clark, que o auxilia nos deslocamentos pela cidade. O jovem, que perdeu a visão quando tinha um ano de idade em decorrência de uma doença rara, desabafa: “O cão-guia é uma extensão de nós, são os meus olhos, que não funcionam”.

Após o episódio, o administrador procurou a Delegacia de Polícia da Pessoa com Deficiência (DPPD), que instaurou um inquérito para apurar o caso. De acordo com a entidade, o motorista será intimado para prestar depoimento. Já a empresa responsável pelo serviço lamentou o ocorrido e afirmou que não tolera nenhum tipo de discriminação. O condutor foi banido da plataforma.

A Lei Federal 13.146/2015 assegura à pessoa com deficiência o direito de embarcar com o cão-guia em qualquer meio de transporte do país, conforme explica o advogado Lucas Braga. “Não se trata de uma vontade do motorista de carregar ou não o animal. É obrigatório”.

Para Darley, o maior problema é a desinformação e falta de vontade para compreender a situação. “Tenham mais empatia pelo ser humano, a gente não ficou cego porque quis”, finaliza.

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