O motorista Marcel Magalhães, que guiava o ônibus acidentado no domingo a caminho da Praia de Trindade, em Paraty, cidade na Costa Verde fluminense, disse nesta terça-feira, 8, ao Estado que foi alertado por sua advogada que a Viação Colitur, dona do veículo, tentará culpá-lo pela morte de 15 passageiros e pelos ferimentos causados a outros 62. A empresa não quis fazer comentários a respeito. A polícia também deve responsabilizá-lo.
Em conversa por telefone, Magalhães, de 50 anos, preferiu não comentar o acidente, argumentando que está muito “abalado” – ele teve alta hospitalar na segunda-feira – e só vai falar orientado pela advogada, a quem não identificou. Ele destacou apenas que tem experiência de dez anos como motorista.
Magalhães é considerado o responsável pela morte e o ferimento das vítimas do acidente, de acordo com o delegado da 167.ª DP (Paraty), João Dias, que investiga o caso. “A responsabilidade criminal é de quem dirige o veículo”, disse.
A perícia no ônibus poderá apontar falha mecânica ou má conservação do veículo, o que pode levar à responsabilização dos sócios. A empresa nega que o ônibus estivesse superlotado – havia 81 passageiros; a capacidade seria para 83 (45 sentados e 38 de pé).
A prefeitura divulgou nota nesta terça com acusações contra a empresa. “No período de 2 anos e 8 meses, a Secretaria de Obras e Transportes aplicou 131 notificações e intimações.”
A Colitur atua em Paraty há 30 anos, mas só passou a ser fiscalizada em 2013. “Em razão da precariedade dos serviços prestados e da falta de empenho da empresa, a prefeitura não renovou o contrato de concessão”, diz a nota. Há a acusação ainda de que o veículo trafegava “sem que fosse realizada a prévia comunicação ao Departamento de Transporte de Paraty”.