Um homem de 31 anos foi atropelado, na madrugada de domingo (7), ao pedir uma corrida por aplicativo de transporte em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo relatos, o motorista achou que fosse um assalto, passou por cima das pernas da vítima e não prestou socorro.
O assistente de audiovisual Felipe Neves teve uma fratura exposta abaixo do joelho. Foi encaminhado para o Hospital Miguel Couto, onde foi operado para fazer contenção da perna e, depois, levado para o Glória D’Or, onde passou por mais uma cirurgia. Ele recebeu alta na terça-feira (16).
Segundo Felipe, ele estava saindo da casa da irmã, que tinha passado por uma cirurgia, avistou um carro e correu até o encontro dele. A placa seria parecida e achou que fosse o veículo solicitado. O motorista então atropelou o homem.
“Ele foi embora, eu comecei a gritar por socorro. Eu senti a minha perna completamente mole”, relembra Felipe. “Dei muita sorte, na verdade, porque não pegou artéria. Não pegou tornozelo, joelho, mas quebrei os dois ossos da canela, são basicamente os ossos mais fortes do corpo”.
O homem contou que foi ajudado por pessoas que passavam pelo local, que anotaram a placa do veículo.
A 12ª DP (Copacabana) investiga o caso, registrado como lesão corporal.
O motorista foi identificado e prestou depoimento. Segundo a Polícia Civil, o suspeito confirmou que achou que fosse um assalto, assumindo o risco ao passar por cima de Felipe. Ele ainda teria contado que viu a vítima caída pelo retrovisor e voltou para casa, sem avisar a ninguém.
“Eu estou melhor, ainda estou processando um pouco essa situação, porque eu passei uns dias tentando entender o que aconteceu de fato. Eu acho que não é o tipo da coisa que a gente espera que aconteça com a gente”, afirma. “Podia ter sido qualquer um, né? Eu acho que é um pouco isso também. Eu estava no lugar errado, na hora errada”.
Caso a recuperação corra como o esperado, é possível que Felipe passe por uma nova cirurgia nos próximos meses.
“O motorista simplesmente decidiu que iria passar por cima dele, com medo de acontecer alguma coisa, tomar um tiro, não sei. Confundiu com um ladrão e decidiu passar por cima da pessoa. É uma história muito bizarra, e a gente só quer justiça, para que quem é responsável pelo crime pague por ele de fato”, enfatiza o marido da vítima, Renan Nogueira.