sexta, 8 de novembro de 2024
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Motorista atropela corredores na USP

Um motorista alcoolizado atropelou cinco pessoas dentro do câmpus da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital paulista, na manhã deste sábado, 16. Um homem morreu e…

Um motorista alcoolizado atropelou cinco pessoas dentro do câmpus da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital paulista, na manhã deste sábado, 16. Um homem morreu e uma mulher ficou gravemente ferida.

Eles praticavam corrida em uma das principais vias da Cidade Universitária quando foram atingidos pelo veículo em alta velocidade. O condutor do carro foi preso.

O acidente aconteceu por volta das 9 horas. O grupo de atletas corria perto do meio-fio da Avenida da Universidade, ao lado da Faculdade de Educação, quando foi atingido pelo Toyota Corolla. O analista de sistemas Alvaro Teno, de 67 anos, que é corredor, foi atingido e arremessado a uma altura de 2 metros. Ele chegou a ser levado para o Hospital Universitário, dentro do câmpus, mas não resistiu e morreu ainda pela manhã.

A médica otorrino Eloísa Pires do Prado, de 43 anos, foi levada no helicóptero da PM para o Hospital Samaritano, na região central, com lesões nas pernas, quadril e traumatismo craniano. Ela passou por cirurgia e, às 19h40, foi levada para o quarto. Eloísa faz parte da equipe médica do Samaritano.

As outras três vítimas, um homem e duas mulheres, se feriram com menos gravidade. Uma das corredoras, amiga de Teno, teve um ferimento na perna, foi atendida no Hospital Albert Einstein e liberada às 11h30. A corredora Anelive Torres, de 36 anos, foi levada para a mesma unidade e continuava em observação no início da noite.

O homem ferido, que não teve seu nome divulgado, foi levado para o Hospital Metropolitano da Lapa, na zona oeste, e recebeu alta às 16h30.

Anelive e Eloísa são amigas e treinavam para participar, pela primeira vez, da maratona de Buenos Aires, em 12 de outubro. O treinador delas sofreu escoriações, mas não chegou a ser hospitalizado.

Alcoolizado.O motorista do veículo, o pedreiro Luiz Antonio Machado, de 43 anos, foi preso em flagrante – o teste do bafômetro deu positivo. O exame detectou 0,54 decigramas de álcool. Ele foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar), lesão corporal e embriaguez ao volante. Ele está preso no 91.º DP e se recusou a prestar depoimento, segundo o delegado Mário Torina. Machado tem passagem pela polícia, mas o delegado não deu detalhes.

Aos policiais militares que atenderam a ocorrência, Machado teria falado que estaria indo trabalhar e dormiu ao volante. O veículo não está em seu nome, porque é financiado.

Segundo o engenheiro Daniel Lacerda Pagnozzi, de 32 anos, que testemunhou o atropelamento, Machado trafegava pela faixa do meio da pista e invadiu a faixa da direita, onde ficam os corredores. “Primeiro, ele acertou o senhor mais velho (Teno), que, com a força da batida, foi arremessado a uma altura de uns dois metros, bateu na árvore e caiu. Depois, ele atingiu o outro homem e as mulheres, que ficaram bem machucadas.”

Houve revolta entre testemunhas, que tentaram agredir o motorista e até jogaram pedras no veículo, que teve a frente destruída. “Mesmo depois de acertar todo mundo, ele não freou e acabou batendo na árvore. Ainda tentou dar ré para fugir, mas o pessoal não deixou”, conta Pagnozzi, que diz ter tirado a chave do contato do carro para impedir a fuga de Machado.

“As pessoas estavam furiosas no local e tentaram linchar o motorista”, disse a atleta Giselli Souza, de 34 anos, que chegou à USP logo após o acidente. “Ele estava visivelmente bêbado, desceu do carro com ar de deboche.” Ela é amiga de Anelive e Eloísa e correm juntas.

Morte. Álvaro Teno corria na USP havia 30 anos. Filho da vítima, o administrador Adolfo Martins Teno, de 35 anos, pede justiça. “A gente vê todos os dias acidentes por embriaguez, e as pessoas continuam dirigindo assim. Não dá para entender”, disse. “Agora foi dentro de um local que é tradicional para prática de esporte. A gente quer justiça.” A família não divulgou o local do velório nem do enterro.

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