Quase seis mil alunos ficaram sem aula hoje (10), no Rio de Janeiro, por conta da ocupação do Complexo da Pedreira, em Costa Barros, zona norte da cidade, pelo Comando de Operações Especiais da Polícia Militar. A segurança no local foi reforçada após a morte, no sábado (8), de Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, o traficante mais procurado da cidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, na manhã de hoje nove escolas, três creches e cinco espaços de Desenvolvimento Infantil (EDIs) estão sem atendimento na região de Costa Barros e entorno. As unidades atendem a 5.759 alunos.
Em nota, a Polícia Militar (PM) esclareceu que reforçou o policiamento e que a comunidade segue ocupada por tempo indeterminado. “Policiais do 41° Batalhão de Polícia Militar (Irajá) reforçam o policiamento no entorno. Até o momento, não há informações de ocorrências no local nesta segunda-feira (10)”, afirmou a PM.
A operação, que terminou na morte do traficante Playboy, foi iniciada no sábado. A ação é uma parceria das polícias Civil, Federal e Militar. O criminoso era apontado como chefe do tráfico no Complexo da Pedreira e de uma quadrilha de roubo de cargas.
O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que “não se pode valorizar bandidos”. “O traficante Playboy é apenas mais um. Quem assumir, também será preso, assim como prendemos todos. Acho que o Rio de Janeiro tem de perder a mania de valorizar bandido. O que precisa ser enaltecido são os canais operacionais e de inteligência das três polícias, que estão trabalhando juntas e integradas há um ano. Para mim, esse é o grande resultado”, disse Beltrame.
O governador Luiz Fernando Pezão também destacou o trabalho integrado das polícias e anunciou a contratação de mais policiais. “Hoje, o crime viu que não vale a pena afrontar nossa política de segurança. Vamos ter a polícia trabalhando cada vez mais com tudo que existe de inteligência hoje. Também vamos contratar mais 3 mil policiais militares até o primeiro trimestre de 2016.”
As declarações de Pezão e Beltrame ocorreram na manhã de hoje, durante inauguração do Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), em Niterói, região metropolitana do Rio. O CISP, que custou R$ 20 milhões, terá, até 2016, aproximadamente 600 câmeras para monitorar a cidade 24 horas por dia. Além disso, 80 botões de alerta estarão instalados nas estações das barcas, em escolas, universidades e outros pontos considerados estratégicos para as forças de segurança do município.
Carros da Polícia Militar e Guarda Municipal também passarão a ter rastreadores com equipamentos georreferenciados, de modo que consigam chegar mais rápido ao local das ocorrências. Por meio de câmeras, ocorrências em andamento ou mesmo alguma suspeita de delito serão captadas de imediato, emitindo o sinal para a viatura mais próxima.