Foi sepultado na tarde deste domingo, dia 26, pouco depois das 14h00, no Cemitério da Consolação, o corpo do ex-ativista ambiental, Willian Brigatto, aos 61 anos, após sofrer um infarto fulminante agudo.
Brigatto foi autor de diversas brigas ambientais e políticas na década de 90 em Fernandópolis. Em um dos atos que mais marcou a vida dele, foi quando tentou impedir o corte de um Jatobazeiro de mais de 30 metros de altura, próximo a Casa de Portugal, na entrada do bairro Jardim Araguaia.
Em 1991, lutou contra o desmatamento de uma área de 60 mil m2 onde foram derrubadas espécies como Jatobá, cedros e outras árvores nativas e de lei. A área acabou sendo incorporada ao Horto Florestral “Fernando Costa”. Parte da madeira retirada também saqueadas por moradores daquela região.
O ex-prefeito Milton Edgard Leão (PL) não obteve autorização da Câmara Municipal para realizar a incorporação da área e acabou criando um Conselho para discutir o assunto. Willian era coordenador da sociedade ambiental exigia a votação de um projeto popular e crianção de praças em compensação ao desmatamento.
No dia 6 de fevereiro de 1993, ele foi tema de diversos jornais de Fernandópolis e região e destaque até na Folha de S. Paulo quando se acorrentou a uma árvore. Funcionários chegaram a avançar sobre a árvore usando uma pá carregadeira onde Willian estava acorrentado. A imagem foi registrada pelo fotógrafo Luciano Donadelli.
Willian acabou perdendo a causa e a árvore foi derrubada para dar lugar ao trecho da Marginal Litério Grecco entre a Avenida Augusto Cavalin com a Avenida Duque de Caxias. O movimento começou por volta das 5h30 da manhã, quando funcionários da Prefeitura chegaram com serras elétricas para cortar a árvore. O promotor da época, Osvaldo Veronez, curador do Meio Ambiente, disse que não havia como evitar o corte da árvore alegando legislação vigente, e em entrevista, disse que “gostaria de encontrar um dispositivo para evitar o corte da árvore”.
A pendência durou cerca de 80 dias e o governo do Estado acabou incorporando a área, construindo a marginal e o primeiro trecho duplicado da Euclides da Cunha em Fernandópolis.
Em março de 1993, na gestão do ex-prefeito Luiz Vilar, Willian foi favorável ao fechamento do Zoológico de Fernandópolis, devido às más condições dos animais que era de resposabilidade da Prefeitura.
Em um dos últimos atos como coordenador ecológico da sociedade, Brigatto, reuniu um grupo de pessoas e iniciou o plantio de árvores nativas às margens da represa Beira Rio. Alguma dessas árvores resistiu a degradação do tempo e se mantém firme, mesmo após a revitalização da represa na gestão do ex-prefeito André Pessuto.
Tanto na década de 90, quanto nos anos 2.000, Willian se destacou no cenário fernandopolense com diversos sociais e ambientais. Depois acabou se mudando para São Paulo e voltado ao município nos últimos anos.
Willian atuava como professor na capital paulista e em uma greve de professores, historicamente foi responsável por desferir uma cadeirada no ex-governador Mário Covas.