O pianista e compositor americano Randy Weston, que dedicou sua vida a uma investigação sobre a matriz africana do jazz, morreu neste sábado (1º), nos Estados Unidos, aos 92 anos.
A notícia foi confirmada ao jornal “The New York Times” por Gail Boyd, seu advogado. A causa da morte não foi divulgada.
Influenciado pela música de Thelonious Monk, Weston lançou seu primeiro álbum, “New Faces at Newport”, em 1958. O disco trazia uma de suas composições mais famosas: “Hi-Fly”.
Weston chegou a se apresentar em São Paulo, em 2014, no Sesc Pompeia.
Em apresentações e aulas, ele sempre destacava as raízes africanas do jazz. Essa herança hoje é um consenso, mas à época o jazz era visto como uma música essencialmente americana. Essa influência ele buscou deixar explícita com sua banda, a African Rythms.
Quando as colônias africanas começaram a conquistar sua independência, Weston saudava o impulso por liberdade em sua música. Em 1960, lançou “Uhuru Afrika”, que em língua swahili quer dizer “liberdade África”. O disco chegou a ser proibido na África do Sul, em pleno apartheid.
Em 1961, foi para a Nigéria como parte da delegação da American Society for African Culture, sua primeira viagem ao continente. Em 1968, Weston se estabeleceria no Marrocos por cinco anos, onde ele dirigia uma instituição para divulgar artistas de várias tradições musicais.
Weston ainda lançaria discos como “Blue Moses” (1972), “Tanjah” (1973) e “Perspective” (1976), entre outros. Pelo disco de 1973, ele chegou a ser premiado com um Grammy.
Os artigos resultantes de seu trabalho como pesquisador musical hoje estão arquivados na Universidade Harvard.
Nascido em Nova York, em 1926, Weston era filho de um barbeiro e uma dona de casa. Ele deixa mulher, três filhas e sete netos. Com informações da Folhapress.