sexta, 13 de junho de 2025
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Morre o ex-treinador do Fefecê, Viriato Mendes

A comunidade esportiva de Fernandópolis está de luto com a notícia do falecimento do ex-treinador do Fernandópolis Esporte Clube (Fefecê), José Carlos Viriato Mendes, ocorrido nesta quarta-feira, 14 de maio. Viriato estava se recuperando de uma recente cirurgia, mas infelizmente não resistiu às complicações de saúde.

Viriato Mendes deixou um legado importante no futebol da cidade, tendo iniciado sua trajetória no Fefecê como técnico das categorias de base, comandando o time júnior. Sua dedicação e conhecimento do esporte o levaram a assumir o comando do time profissional em mais de uma oportunidade, demonstrando sua capacidade e comprometimento com o clube.

Uma de suas passagens mais marcantes foi em 1994, tendo na presidência Toninho Ribeiro, quando comandou o Fefecê na Série A3 do Campeonato Paulista. Mesmo diante do desafio de lutar contra o rebaixamento, Viriato Mendes demonstrou sua determinação e compromisso com a equipe, prometendo jogar com honra e buscar a vitória nas rodadas finais.

Embora o time tenha sido rebaixado naquele ano, a postura e a liderança de Viriato Mendes foram destacadas pela sua garra e dedicação ao clube. Sua contribuição para o desenvolvimento do esporte local será sempre lembrada pelos torcedores e pela comunidade esportiva.

Foi o treinador que mais teve a frente da equipe do Fernandópolis, passando por diversos desafios esportivos.

O velório de Viriato Mendes será realizado nesta quinta-feira, 15 de maio, das 8h00 às 13h00, no Velório Municipal de Fernandópolis. A cerimônia será aberta ao público, permitindo que amigos, familiares e fãs prestem suas homenagens ao ex-treinador.

A morte de Viriato Mendes deixa um vazio na comunidade esportiva de Fernandópolis, e seus feitos como treinador serão lembrados por muitos anos, símbolo da torcida Sangue Azul.

CRAQUES DO FFC – EDIÇÃO 057/2021“VIRIATO MENDES – TREINADOR”

Em 2021, Viriato foi homenageado nós 60 anos de existência do Fefecê. Um clube que teve ao longo dos anos, figuras marcantes dentro e fora das quatro linhas. E neste trabalho que estamos fazendo, de resgatar a memória do torcedor fernandopolense, já homenageamos, sem contar com a de hoje, 56 grandes personalidades que passaram aqui pela “águia de sangue azul”.Entre grandes atletas, técnicos e dirigentes, nenhuma figura parece ser tão inexorável ao tempo, como José Carlos Viriato Mendes. Nascido em 14 de Outubro de 1945, na cidade de Monte Azul Paulista, Estado de São Paulo, dedicou grande parte da sua vida ao Fefecê.Foi engraxate quando criança, depois trabalhou 10 anos na Companhia Verdiesel (de 1970 a 1980) na função de funileiro e depois assumiu a Bicicletaria Tigrão, em razão da morte do seu pai, Sr. Dionizio. Foi funcionário publico municipal, na função de administrador do estádio, a convite do ex-prefeito Milton Leão e está aposentado há cerca de 10 anos. É casado com Dona Cecilia e tem três filhos: Melissa, Milena e Dreison. Na verdade, o Viriato mereceria uma estátua no Estádio Claudio Rodante, tamanho foi a sua dedicação e conquistas que teve pelo time. Durante todos esses anos Viriato comandou esquadrões que encantaram a torcida pela qualidade de seu futebol, e a vontade demonstrada dentro de campo. Também trouxe para a casa o título de Campeão Paulista da Segunda Divisão de 1994. Além das conquistas dentro de campo, Viriato também foi o responsável por lançar uma infinidade de atletas que não só representou o Fefecê dentro de campo, como também rendeu dinheiro ao sempre combalido cofre do clube.“Antes de virar treinador da equipe principal do Fefecê eu passei quatro anos, entre 80 e 83 treinando a equipe júnior”. Durante aquele período participei da revelação de vários atletas que ajudaram o time de cima e também pude aprender bastante, principalmente com o José Carlos Fescina, que era treinador do profissional. “Após uma grande campanha com os juniores eu fui convidado para treinar a equipe de cima e comecei minha jornada”.Logo no seu primeiro ano, em 1984, a classificação para o antigo quadrangular final que decidia os dois times que subiriam à primeira divisão do Campeonato Paulista ficou muito perto, porém, uma derrota para o Tanabi em casa, por 1 a 0, numa quarta-feira à noite – qualquer semelhança com os confrontos contra Barretos e Novorizontino, ocorridas posteriormente, é mera coincidência -, tirou as chances de classificação. De acordo com o treinador essa é a sua maior decepção na carreira.“Aquela era a chance de no meu primeiro ano subir para a primeira divisão, mas infelizmente, numa noite muito infeliz, ficamos de fora da fase final”.Porém, a jornada não parou por ali, e nos anos seguintes o Fernandópolis se manteve sempre entre as melhores equipes da extinta Divisão Intermediária, atual Série A-2. “Além do meu trabalho eu contei com a ajuda de muitos atletas como o goleiro Betinho, Soares, Beline, Bereco e outros que era minha voz dentro de campo, ajudando a organizar e manter a equipe unida, mesmo com um treinador inexperiente”.Dentro de todo o mérito do trabalho duro e o reconhecimento pelas vitórias, Viriato é também conhecido por suas manias e superstições que, se nem sempre histórias verdadeiras, ao menos alimentam a lenda. Ainda que o sal-grosso atrás dos gols e as noites de “trabalho” façam parte apenas do imaginário dos torcedores, um amuleto é bastante conhecido de todos. A toalhinha.Presente de Dona Nice, benzedeira que morava perto de sua casa, o a toalha esteve com Viriato desde sua primeira partida como treinador profissional. “Eu estava saindo de casa quando a Dona Nice me chamou e entregou a toalha dizendo ‘leva que vai dar sorte meu filho’. Como mal aquilo não ia me fazer, acabei levando a toalha e ganhamos o jogo. Depois disso nunca mais larguei a bendita toalha”.O apego ao amuleto era tão forte que mesmo no meio do caminho após um jogo em Araçatuba ele fez questão de ir atrás da famosa peça. “Eu esqueci a toalha no banco de reservas naquele dia. Fiz o motorista do ônibus voltar e o zelador do estádio acender as luzes para pegar a toalha de volta. Ainda bem que eu consegui pegá-la de volta sã e salva”.Ao longo dos anos Viriato teve em suas mãos os mais diversos tipos de elenco, todos com suas singularidades e êxitos. Além dos times do início de carreira e o do título de 1994, obviamente com lugares cativos em seu coração, a equipe de 1989, famosa pela classe do meio Heleno, é a que mais lhe agradava dentro de campo.“O mais curioso de tudo é que aquele era um time totalmente rachado. Tínhamos o grupo dos pratas-da-casa, dos cariocas e dos outros atletas. Fora de campo ninguém conversava um com o outro, mas dentro de coisa ele era coisa linda de se ver. Infelizmente o acidente do Heleno tirou um acesso que era praticamente certo ao Fefecê”.Após o título de 1979, vários anos na intermediária e o remanejamento das competições pela Federação Paulista, o Fernandópolis se viu novamente no quarto nível do futebol estadual. Porém, a equipe e a cidade já estavam desacostumadas com essas divisões, o que dava ao time de 1994, um certo peso para sair logo daquela condição. E isso não poderia acontecer de maneira mais emocionante.A equipe enfrentaria o Capivariano e precisava tirar quatro gols de saldo em relação a Internacional de Bebedouro, e torcer por derrota do Velo Clube para o já sem pretensões Jabaquara. E se por mérito da toalha ou não, o impossível, aconteceu.“A combinação de resultados era complicadíssima, mas naquela semana o Arara me encontrou na porta do estádio e disse, ‘Viriato, vamos ser campeões’. O engraçado disso tudo, é que juro por Deus, em nenhum momento daquela semana eu deixei de acreditar no título. Estava muito tranquilo que na semana que vem estaríamos com a taça”. E não deu outra.“Quando soube no vestiário que os outros resultados tinham acontecido senti uma emoção que sinceramente não sei como explicar. Aquele foi com toda a certeza o momento mais feliz de toda a minha carreira”.O treinador voltou em 2016 a trabalhar com o Fefecê após oito anos afastados do futebol, para primeiramente terminar a Série A-3 com o time profissional e depois trabalhar como coordenador da categoria de base da equipe, visando à montagem do time para a Segundona do ano que vem.Para Viriato, a equipe de 1994 é o parâmetro a ser seguido. “O grande mérito daquela equipe não é apenas o fato de ter sido campeã, mas também ter revelado muitos atletas e tê-los convertido em capital para o clube. A base tinha um trabalho tão forte naquela época que fomos campeões Sub-20, invictos e vários atletas tiveram participações de destaque no time de cima. “O futebol me ensinou como conduzir a vida. No futebol a gente vive sempre na pressão, e saber as decisões certas a se tomar quando a coisa fica difícil é essencial na nossa vida. E isso o futebol em trouxe. Valores como honestidade, ética e respeito são coisas que eu não poderia aprender de maneira mais perfeita que não fosse pelo futebol”.Viriato treinou varias equipes do nosso interior: Iturama, GEMA de Monte Aprazível, Inter de Bebedouro, Ituiutaba, Marilia, Barretos, Batatais e Barretos.E foi em Barretos, que Viriato também obteve outra grande conquista: foi homenageado pela imprensa da cidade, com o diploma de honra ao mérito, pelo seu brilhante trabalho à frente do “Touro do Vale”. A cidade de Fernandópolis, principalmente os torcedores do Fefecê, só tem duas palavras a lhe dizer: MUITO OBRIGADO.Valeu Viriato… Gilmar Fúria Gavioli24/Julho/2021.Fonte: Texto adaptado da matéria publicada pelo Jornal do Esporte – Jornalista Gustavo de Jesus – 21.05.2016

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