segunda-feira, 23 de setembro de 2024
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Morre menina pioneira em transplante de coração no HCM

A menina Dorys Lucy Vidal, de 12 anos, primeira criança a receber um coração no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, morreu na madrugada desta segunda-feira (16…

A menina Dorys Lucy Vidal, de 12 anos, primeira criança a receber um coração no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de Rio Preto, morreu na madrugada desta segunda-feira (16 de novembro), 59 dias depois do transplante do órgão, recebido de uma menina de 15 anos, moradora do bairro de Campo Limpo, na cidade de São Paulo.

Dorys morreu em decorrência de infecção generalizada, processo ao qual as pessoas que passam por transplante de órgão estão sujeitas. “Para evitar a rejeição do órgão, o paciente tem que receber imunodepressores, que diminuem a resistência do organismo. Por isso, infelizmente, o paciente fica sujeito a infecções, o que ocorreu com Dorys”, explicou o cirurgião cardíaco Ulisses Croti, que realizou o transplante.

Ao receber o coração, Dorys corria grande risco de vida, devido ao agravamento de seu quadro de saúde causado por uma miocardiopatia dilatada, descoberta em dezembro do ano passado.

A miocardiopatia dilatada é o aumento do coração, que compromete o seu funcionamento e a capacidade de bombeamento do sangue para todo o organismo. “O coração de Dorys tinha uma capacidade de bombeamento de apenas 10%, quando o normal é entre 65% e 75%”, disse Croti.

Corrida contra o tempo

Na tentativa de salvar a Dorys, no dia 16 de setembro, o transporte do órgão de São Paulo para Rio Preto mobilizou as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) do HB e do Hospital das Clínicas de São Paulo e as equipes do HCM e do Hospital Municipal de Campo Limpo, que imprimiram uma luta contra o tempo, já que não devem se passar mais do que quatro horas entre o momento da retirada do órgão do doador e a finalização do implante. Do contrário, o órgão fica comprometido.

Um helicóptero da Polícia Civil de São Paulo transportou os médicos do HCM com o coração do Hospital de Campo Limpo nos 18 quilômetros até o Aeroporto de Congonhas, onde eles pegaram um avião fretado pelo governo do Estado rumo a Rio Preto. A operação não durou mais do que três horas até a equipe do HCM iniciar a cirurgia, às 19h30, concluindo-a à meia noite e meia da quinta-feira (17).

Gazeta de Rio Preto

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