O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou às redes sociais YouTube e Twitter que retirem do ar uma publicação feita pelo cantor Latino com fake news sobre o ex-presidente Lula (PT).
Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), o cantor publicou uma mensagem insinuando que, se Lula for eleito, meninas e meninos passarão a frequentar o mesmo banheiro nas escolas. A campanha de Lula, então, acionou o TSE e pediu que o conteúdo fosse retirado do ar.
Ao analisar o pedido, Alexandre de Moraes entendeu que a publicação busca “desinformar a população acerca de temas sensíveis”.
“A Constituição Federal não autoriza, portanto, a partir de mentiras, ofensas e de ideias contrárias à ordem constitucional, à Democracia e ao Estado de Direito, que os pré-candidatos, candidatos e seus apoiadores propaguem inverdades que atentem contra a lisura, a normalidade e a legitimidade das eleições”, escreveu Moraes.
O colunista do g1 Valdo Cruz informou que a campanha de Bolsonaro tem a chamada “guerra santa” como estratégia eleitoral, buscando atrair o eleitorado evangélico. Diante disso, Bolsonaro e seus apoiadores têm disseminado diversas fake news sobre Lula.
O próprio presidente Jair Bolsonaro tem dito em discursos que, se Lula for eleito, os banheiros passarão a ser unissex nas escolas. Lula, porém, nunca apresentou essa proposta nem disse que, se eleito, adotará tal medida.
Combate às fake news
O TSE tem adotado uma série de decisões para combater a disseminação de fake news durante o período eleitoral.
Nesta quinta (20), por exemplo, o tribunal aprovou uma resolução que dá mais agilidade ao processo de retirada do ar das fake news.
Um dia antes, na quarta (19), a proposta foi discutida numa reunião entre Moraes e representantes das plataformas digitais.
Além disso, em fevereiro, o TSE firmou um acordo com diversas redes sociais para que medidas fossem adotadas para conter as fake news.