Uma antena de telecomunicações está tirando o sono de moradores e comerciantes do Parque Brasília, em Votuporanga. É que eles temem que a estrutura de 60 metros de altura e 14 toneladas venha abaixo com as chuvas e ventos que começaram a atingir a região neste mês. Para pedir que a antena seja inspecionada e em caso de irregularidade e risco, retirada do local, 60 moradores e pessoas que têm comércio ou trabalham nas imediações, fizeram um abaixo-assinado que foi entregue esta semana ao representante da Defesa Civil na cidade, capitão José Lúcio Brianti e posteriormente ao Secretário Municipal de Meio-Ambiente e Gestão de Serviços, Celso Brandão Teófilo Ribeiro.
Medo e risco
Localizada nos fundos de uma casa, entre a avenida Brasil e a rua Pernambuco, a antena foi instalada em 2001 pela Tess Telefonia para envio de sinal para a Zona Norte. Com a venda da empresa, hoje a antena está sob responsabilidade da Claro, como é possível observar pelo selo fixado em sua base. Os moradores acreditam que a torre está inclinando no sentido bairro-centro, e dizem que freqüentemente se assustam com o balanço da antena, quando venta mais forte. Outra reclamação é quanto a peças, como parafusos, pequenas placas de metal e porcas, que segundo eles, constantemente se desprendem da torre e caem nos quintais vizinhos, colocando a segurança das pessoas que transitam pelo local em risco. É esse o cenário de constante tensão que relata o balconista Alfredo Vieira Flores, que trabalha numa loja do lado da antena e mora nos fundos do estabelecimento. “Vira e mexe a gente escuta o barulho de peças caindo. Cai porcas e parafusos grandes que vindo lá de cima, se cair na cabeça de alguém e ainda mais uma criança pode ferir seriamente e até matar”, conta o morador.
Sem segurança
Em visita ao local, a reportagem constatou que existiam vários parafusos, porcas e peças da antena no chão.O pequeno cercamento da torre foi encontrado aberto, sem cadeado, dando livre acesso de qualquer pessoa à antena e aos painéis de telecomunicações que ali existem. As visitas de técnicos são constantes, porém, os moradores dizem que aparentemente o trabalho deles se resume a cuidar dos recursos do sinal de telecomunicações e não à infra-estrutura da antena. Bem abaixo da torre, mora também a família da dona-de-casa, Luciana Aparecida Moreira. Ela que mora ali há 4 meses, se preocupa com a segurança dos três filhos, todas crianças em idade escolar. “Eu também sempre ouço peças caindo e morro de medo de cair na cabeça dos meus filhos. Quando chove ou venta, ninguém consegue dormir”, relata.
Sinalização falha
Outro problema observado por ela, é que a lâmpada de sinalização para aviões que fica na ponta da torre nem sempre permanece acesa. “Sei que muitos aviões pequenos sobrevoam a cidade inclusive à noite e às vezes vejo que a lâmpada não está acesa. Isso também me preocupa”, completa Luciana. Os moradores também questionam a legalidade de uma torre tão alta e pesada, com apenas um ponto de apoio, ser instalada numa área residencial. O Secretário Municipal de Meio-Ambiente e Gestão de Serviços, Celso Brandão Teófilo Ribeiro disse em entrevista ao jornal A Cidade que ainda não estava ciente da reclamação dos moradores. Porém, afirmou que assim que o abaixo-assinado chegasse em suas mãos, tomaria as providências cabíveis. “Mandaremos um técnico para analisar a antena e os possíveis riscos, um engenheiro para medir a inclinação e em seguida vamos notificar a empresa responsável”, garantiu.
Medidas
Celso disse ainda que se houver mesmo risco de queda da antena, toda a região de seu alcance deverá ser interditada com a retirada dos moradores.Quanto ao balanço da estrutura, ele diz que assim como os prédios, grandes estruturas se movimentam, não havendo com isso risco de queda. Porém há um limite de inclinação a ser respeitado que precisa ser medido. “Acredito que não seja esse o caso, mas se houver mesmo o problema todo esse processo e responsabilidades devem ser da empresa proprietária da antena”, concluiu o secretário. Ainda ontem, um dos moradores da região onde a antena está instalada, informou à reportagem que o secretário municipal já se pronunciou enviando um ofício ao grupo interessado, dizendo que está tomando providências.