Moradores do bairro Belo Horizonte, informalmente conhecido como Pacaembu, vivem dias de insegurança. Isso porque, há mais de um mês uma série de furtos a residências no bairro vêm deixando a comunidade em alerta e o pedido é por mais segurança.
Os casos mais recentes foram o de uma tentativa de assalto a uma residência localizada na avenida Simão Alves Carrilho (uma das mais movimentadas do bairro), em plena a luz do dia, às 11h. A moradora, esposa de Marcelo Maciel Uchôa se encontrava na casa no momento do acontecido.
Quando ela percebeu a ação, viu o homem pendurado e uma mochila no quintal, se trancou dentro do banheiro da casa e imediatamente ligou para a polícia. Ouvindo os passos do suspeito em cima do telhado, ela imaginou que houvesse dois homens envolvidos, pois um a chamava na porta.
Marcelo estava trabalhando no momento, contou que sua esposa entrou em estado de choque até a chegada da polícia. “Chamou a polícia e por ser um bairro longe, o ideal seria ter uma viatura somente rodando por aqui. Eles chegaram em 20 minutos, minha esposa estava dentro do banheiro com medo e o cara em cima da casa”, disse ele.
A polícia não pôde registrar um boletim de ocorrência, pois nada foi levado da casa e até a chegada deles, foi tempo suficiente para que o suspeito fosse embora. Mas, além disso, foram encontrados um alicate e uma garrafa com água congelada, pertencente a quem tentou entrar na casa.
A vizinha Suellen Andrade, de 29 anos, chegou a ir até a frente da casa, ao ouvir o alarme, mas como o homem estava no fundo, nada viu. Ela disse que já não é a primeira vez que estes tipos de furtos acontecem na região. “Sempre que acontecem essas coisas, é com a entrega de novas casas. Recentemente entregaram novas casas e começou a registrar muitos roubos. Já foram relatos de motos e casas, nos nossos grupos de Whatsapp”, explicou.
Suellen fala que as suspeitas, é sobre esta época de ventos em que as pipas se tornam um lazer, o problema começou quando pessoas diferentes bairros começaram a frequentar o local. “Nesta época de pipa, costuma vir bastante gente de fora, principalmente para vender pipas, pode ser por isso. Como eles viram que era fácil para pegar as pipas dentro das casas, eles viram que seria mais fácil para roubar”, contou.
Outros casos
Em conversa com o jornal A Cidade, os moradores do bairro fizeram mais relatos de furtos. No dia 11 de agosto, na rua Antonia Mattos de Assis, a família de Jheniffer Camille Alvares de Oliveira amanheceu sem o transporte que a matriarca da família utiliza para trabalhar, uma moto, que a polícia militar de Votuporanga em conjunto com uma campanha nas redes, recuperou até o fim da tarde.
Há duas semanas, quando a família de Daiane Santana Brabo saiu de casa por volta de 17h, sua casa também foi alvo de um furto. Os ladrões quebraram o cadeado do portão basculante, a janela da sala e reviraram tudo o que puderam. Objetos de valor sentimental como par de alianças, relógios e outros artefatos, como caixa de som e até o cofre de moedas, da filha, foram levados.
Ajuda
Ao jornal A Cidade, Capitão Navarrete, Comandante da 3ª Companhia da Polícia Militar, disse que patrulha no bairro Pacaembu já foi reforçada, principalmente pela época de pipa.
“Demos uma importância, principalmente aos finais de semana, a gente tem os casos de pipa e motos. Mas até então, a parte criminal está controlada. Se algum representante de bairro quiser conversar com a gente, nós apresentamos algumas informações”, disse.
Ele explica que a questão do furto já é uma pauta analisada e principalmente, que já foi orientada ao representante de bairro. “A gente tem autuado algumas questões de furto, realizado alguns flagrantes e sabe que é um problema que se tem outros bairros aqui de Votuporanga, mas estamos à disposição”, completou.
O militar disse ainda que trabalha na implantação de um sistema de vigilância comunitária no bairro, e conversou com alguns moradores e representantes da comunidade, mas até então não houve uma resposta positiva.
“Conversei, inclusive, com o representante de bairro do Pacaembu, para estar sob a vigilância comunitária e eu não tive interessados. Até me prontifiquei a estar indo a uma reunião com os moradores do bairro. Nos colocamos à disposição passar uma orientação e uma forma de ver isso. Contudo, o representante do bairro entrou em contato comigo e disse que não teve moradores interessados”, concluiu.