Em agosto de 2006, as 150 casas construídas em sistema de mutirão no conjunto habitacional Sonho Meu foram entregues aos moradores. O local ganhou asfalto e um pequeno espaço para lazer sem área verde. Na época, o prefeito Carlos Eduardo Pignatari prometeu à comunidade uma creche e um posto de saúde. “Ele disse que faria os dois aqui no bairro e até agora, nada. Nas duas casas que foram reservadas para essas obras, tem gente morando”, conta a diarista Kátia Cristina.
A assessoria de imprensa da Prefeitura divulga que o prefeito Carlos Eduardo Pignatari já entregou, neste ano, um Posto de Saúde da Família (PSF) que atende os moradores do Sonho Meu e dos bairros Matarazzo e Palmeiras I e II. O posto, concluído em agosto deste ano, está localizado na Rua Amélio João Gossn, 2.046, ao lado do Centro de Educação Neyde Tonanni Marão. Duas equipes do PSF prestam atendimento às comunidades.
A assessoria da Prefeitura relata, ainda, que está em fase de conclusão o obra do Cemei (Centro Municipal de Educação Infantil) José Modesto Sobrinho, localizado na Avenida Conde Francisco Matarazzo. A previsão é que a obra termine até janeiro de 2008 e que o atendimento tenha início já no próximo ano letivo, em fevereiro. A nova unidade atenderá aproximadamente 120 crianças que antes freqüentavam as aulas em outro prédio, que será desativado.
A escola oferecerá 40 vagas; de acordo com levantamento feito pela Secretaria da Educação, a demanda era de 25 alunos. A creche terá 668 metros de área construída, com salas para maternal e de atividades para o berçário, dormitórios, cozinha e refeitório, sala de banho, sala de professores e de administração, além de espaços para brincadeiras. O investimento está orçado em R$ 480 mil.
Kátia e a dona de casa Marli Martins reclamam da cessão de casas para pessoas que não participaram da construção das mesmas, no sistema de mutirão. “O vereador Gaspar (Gilmar Aurélio – PTB) está ajeitando casas para gente que nunca morou na favela e que nem nos ajudou a construí-las”, alegam. O vereador diz que há uma casa no bairro destinada para um escritório e outra para a realização de cursos, além de outras duas que estão com processo no Fórum, pois os donos queriam vendê-las, o que não é permitido. “Utilizamos essas casas para abrigar pessoas que estão sem teto, em situações de risco. Essas pessoas nos procuram no gabinete e as auxiliamos, até que tenham condições de arrumar outra moradia. O projeto de desfavelamento não era para contemplar exclusivamente as famílias da favela Ipiranga, mas outras também”, afirma Gaspar.