sábado, 23 de novembro de 2024
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Monkeypox: infecção não é “varíola dos macacos”, diz especialista

A infecção pelo vírus Monkeypox em seres humanos vem chamando a atenção nos últimos dias. Nesta terça (24), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu nota reforçando a necessidade…

A infecção pelo vírus Monkeypox em seres humanos vem chamando a atenção nos últimos dias. Nesta terça (24), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) emitiu nota reforçando a necessidade de adoção de medidas “não farmacológicas”, como distanciamento físico, uso de máscaras de proteção e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus no Brasil.

No entanto, para o ​médico ​dermatologista ​e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ​Omar Lupi​, a doença vem sendo chamada equivocadamente de varíola dos macacos.

Segundo ele, ​este é um erro, primeiro por não ser a varíola que está erradicada e tinha taxa de mortalidade de até 30%, e também porque os macacos são apenas acidentalmente afetados no Monkeypox, assim como os humanos, e sofrem suas consequências.

​”​O verdadeiro hospedeiro do vírus são roedores africanos.​ O recente surto, que já afetou algumas dezenas de pessoas em mais de 15 países, tem características muito especiais. Diferente de surtos anteriores relacionados com pessoas que vivem em áreas endêmicas na Nigéria ou que adquiriram roedores africanos como pets, neste caso atual há uma enorme prevalência entre adultos do sexo masculino​”, explica o especialista em seu perfil oficial do Instagram.

​”Na avaliação epidemiológica inicial não se detectou viajantes à África nem donos de animais de estimação exóticos.​ ​Há, no entanto, uma correlação inesperada entre eles. Vários dos pacientes afetados participaram de uma festa na Espanha em que homens fizeram sexo com outros homens. Como o Monkeypox afeta bastante as áreas genitais e mucosas, se imagina que esta festa possa ter servido como um evento de “superspreader” do atual surto. É improvável, mas não impossível, que o surto ganhe proporções epidêmicas; a OMS​ (Organização Mundial de Saúde)​ acompanha cada caso de perto​”, completou.

Até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)​,​ há 131 casos registrados fora do continente africano e 106 outros casos suspeitos, desde que o primeiro foi relatado​,​ em 7 de maio.

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