Escalado
Alvo de críticas na imprensa e nas redes sociais por falas polêmicas nas últimas semanas (do tipo “universidade não é para todo mundo” ou “criança com deficiência atrapalha na sala de aula”), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, exigiu uma agenda discreta em sua visita a Rio Preto neste sábado, dia 28. Com o prefeito Edinho Araújo como anfitrião, o ministro participa, às 11h30, da inauguração do Instituto Federal São Paulo – Campus São José do Rio Preto.
Para poucos
Os convites emitidos pela Prefeitura são destinados apenas a autoridades, como vereadores e secretários de governo, segundo o DLNews apurou. A atividade não deverá contar com mais de 50 pessoas, segundo os planos do governo municipal em consonância com a assessoria ministerial. O ministro também avisou que não pretende atender a imprensa, o que nem sempre acaba conseguindo. E até prefeitos da região estão em buscas de informação junto a jornalistas, porque não foram convidados.
“Sem alerta”
Outro fator que teria contribuído para menor badalação em torno da atividade seria evitar o que ocorreu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, na segunda-feira (23), ao visitar o complexo Funfarme, quando alunos de medicina, psicologia e enfermagem armaram um protesto contra o negacionismo do governo em relação à Covid-19. Afinal, a educação tem um know how de protestos bem mais afinado que os estudantes da Famerp.
É coisa do MEC
A reportagem do DL News apurou, porém, que esse zelo todo e essa preocupação em manter o ministro numa espécie de redoma partiram exclusivamente do MEC. “A organização do evento de amanhã e o cerimonial são do MEC. Se fosse da Prefeitura, a imprensa teria livre acesso”, garantiu a fonte.
Irmãos de fé
Apesar de estarem em campos opostos, com Edinho ligado ao governador João Doria (PSDB) e Milton Ribeiro representar um dos ministros mais afinados ideologicamente ao governo de Jair Bolsonaro, ambos são literalmente irmãos de fé, já que têm em comum a militância evangélica dentro da Igreja Presbiteriana, da qual o ministro é pastor e na qual o prefeito cresceu. No entanto, enquanto Milton Ribeiro se diz terrivelmente evangélico, Edinho faz a linha pragmática de que “todos os caminhos levam a Deus”. E ao voto, não é prefeito?