sexta-feira, 20 de setembro de 2024
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Ministro da Educação é recebido sob protestos em Rio Preto

Poucos, mas barulhentos A exemplo do que aconteceu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao visitar o Hospital de Base na segunda-feira (23), o ministro da Educação, Milton Ribeiro,…

Poucos, mas barulhentos
A exemplo do que aconteceu com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao visitar o Hospital de Base na segunda-feira (23), o ministro da Educação, Milton Ribeiro, também foi recebido em Rio Preto na manhã deste sábado (28) com protesto realizado por um grupo pequeno de estudantes, mas barulhento o suficiente para impor aos anfitriões um tremendo desconforto.

’Fora Bolsonaro’
Milton Ribeiro veio à cidade inaugurar o Instituto Federal e sua assessoria havia exigido uma solenidade discreta, sem entrevista aos jornalistas e com poucos convidados. Ou seja, nada de oba-oba. E assim foi encaminhado pela Prefeitura de Rio Preto. A manifestação estudantil, que pegou todo mundo de surpresa, foi organizada por integrantes da Umes (União dos Estudantes Secundaristas), Juventude do PT, Coletivo Rebeldia (ligado ao PSTU) e a UJC (União da Juventude Comunista). Eles estenderam um faixa com a frase Fora, Bolsonaro e garantiram o resto da performance na base de assovios, cantos e gritos de guerra. (Veja vídeo abaixo).

’Negacionista’
“Esse ministro é a cara do governo Bolsonaro, negacionista, que não devia estar onde está, inaugurando uma obra projetada em outros governos, quando se apostava na Educação, e para a qual o governo dele não dá a menor importância”, disse ao DLNews Arthur Grigolin, presidente da Umes.

Fidalguia
O constrangimento do prefeito Edinho Araújo (MDB) diante da gritaria feita pelos manifestantes do lado de fora do Instituto Federal se fazia visível no tom da voz que ele usou para agradecer o ministro, bem acima e mais tenso que o normal. E ao tentar minimizar a importância do protesto. “A marca dos moradores de Rio Preto é a fidalguia, a recepção calorosa a uma autoridade da República que vem aqui inaugurar uma obra tão importante”, discursou.

Madrugador
Madrugador, Milton Ribeiro e sua comitiva chegaram às 10h30, uma hora antes do horário marcado, que era 11h30. Atropelado pelo fuso do ministro, Edinho teve de se arrumar às pressas para não deixar o homem esperando. A solenidade reuniu em torno de 30 pessoas, incluindo o grupo ministerial. Sem prefeitos ou deputados, contou com um único vereador, o republicano Robson Ricci, o vice-prefeito Orlando Bolçone, e os secretários Fabiana Zanqueta (Educação), Zeca Moreira (Gabinete), Mário Soler (Comunicação) e Pedro Pezzuto Júnior (Agricultura).

Hábitos e costumes
Pastor evangélico da Igreja Presbiteriana e membro do Conselho Deliberativo da Universidade Mackenzie, Milton Ribeiro de fato encarna boa parte da pauta de costumes do bolsonarismo, tanto que ficou de máscara por poucos minutos em cima do palco. E se mostrou decidido a defender o governo que representa. “Felizmente, o Brasil não é Cuba, nem Venezuela, mas sim uma democracia que permite manifestações”, afirmou.

Louros aos aliados
O ministro também deu um jeito de colocar a conquista do Instituto Federal na conta do nome de maior prestígio político e empresarial de Rio Preto incondicionalmente fechado com o presidente Jair Bolsonaro: Antônio Cabrera Mano Filho. Segundo Milton Ribeiro, foi o ex-ministro da Agricultura no governo de Fernando Collor de Mello quem levou a demanda da Prefeitura de Rio Preto ao governo federal para que o Instituto Federal fosse colocado em funcionamento, o que ocorreu neste ano.

Tudo irmão
Cabrera tem relação próxima a Milton Ribeiro, pela influência dentro da Igreja Presbiteriana e no Mackenzie. Edinho e Zeca Moreira também são praticantes da mesma denominação evangélica.

Conversa encerrada
O prefeito Edinho Araújo até tentou quebrar a indisposição do ministro com a imprensa. Logo que acabou a solenidade, o pegou pelo braço e caminhou com ele até os jornalistas presentes. Milton Ribeiro chegou a engatar um curto pronunciamento. No entanto, diante da primeira pergunta, sobre educação e fuzil, ele virou as costas e encerrou a conversa.

Oremos
No término das falas, um grupo ainda mais restrito acompanhou Milton Ribeiro a uma sala dentro do prédio do Instituto Federal onde estava sendo servido um almoço para a equipe ministerial. Antes de comer, o ministro, pastor que é, pediu para fazer uma oração no templo do conhecimento e da ciência.

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