A ministra de Cultura interina de Israel, Miri Reguev, lamentou neste domingo (19) que Madonna tenha incluído em seu show, sobre as costas de uma das suas dançarinas, uma bandeira palestina durante a grande final do festival Eurovision 2019, realizada em Tel Aviv neste sábado (18).
“Acredito que a política não deveria estar envolvida em um evento cultural ou musical como este. Acho que foi um erro e inadequado e, com todo o respeito a Madonna, coisas assim não deveriam acontecer”, disse a ministra em Jerusalém, segundo jornal Times of Israel.
“Não se pode ignorar que houve bandeiras palestinas no evento de um órgão público, com dinheiro público”, ressaltou. “Isto não aconteceria em nenhum outro país, há uma sensação de que no nosso país tudo está permitido e o governo não pode envolver-se ou supervisionar”, criticou.
A imprensa israelense repercutiu a surpresa causada pela bandeira palestina durante a apresentação de Madonna no Eurovision e ressaltou o caráter político desta edição do festival.
Os emblemas palestinos exibidos pela delegação da Islândia durante as votações foi um dos momentos mais comentados da noite, mas previsível, já que os islandeses tinham expressado previamente seu apoio a um boicote. O que não se esperava é que a diva do pop também encontrasse espaço para uma bandeira palestina em seu cenário.
Madonna havia afirmando antes do show que nunca deixaria de tocar sua música para agradar a agenda política de outra pessoa, em resposta ao movimento BDS, que promove o boicote a empresas e instituições israelenses até que termine a ocupação dos territórios palestinos e lhe pediu que cancelasse o show.
No entanto, a cantora fez esse singelo apelo à coexistência, que não tinha mostrado nos ensaios, e que fez com que a União Europeia de Radiodifusão (UER-EBU) voltasse a insistir que o Eurovision é um “evento não político”.