O Ministério da Saúde tirou do ar na tarde desta quarta-feira (20) o aplicativo TrateCov, que emitia receitas para medicamentos usados no tratamento precoce contra o coronavírus, como cloroquina, ivermectina e azitromicina.
A plataforma foi lançada em Manaus no último dia 14 para agilizar o trabalho dos médicos que atuam na linha de frente, mas qualquer pessoa podia acessar, preencher um cadastro e obter as receitas.
“Seja presencialmente ou por teleconsulta, a plataforma traz autonomia aos profissionais de saúde habilitados para encaminhar o atendimento e resposta adequados para o paciente de acordo com cada caso”, informou texto de divulgação do ministério sobre o aplicativo. O Ministério da Saúde for procurado para comentar o assunto, mas ainda não respondeu.
Nesta segunda-feira (18), o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, negou que o ministério tenha defendido a prescrição de medicamentos contra o coronavírus. Ao lado do governador do Amazona, Wilson Lima (PSC), o ministro disse que “vários remédios deram algum tipo de resultado”, mas alegou que não cabe ao ministério recomendar algum medicamento específico.
“Não confundam atendimento precoce com definição de qual remédio tomar”, disse. “Nós incentivamos que a pessoa doente procure imediamente o posto de saúde, esse é o atendimento precoce. Quais remédios o médico vai prescrever é algo de foro íntimo do paciente”, continuou o ministro.
O tratamento da covid-19 com remédios como a hidroxicloroquina e a ivermectina é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, apesar da falta de evidência científica. No domingo (18), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) chegou a citar que não existe o chamado “tratamento precoce” como estratégia eficaz para reduzir o número de mortos na pandemia.