O Ministério da Saúde escreveu em sua conta no Twitter nesta quarta-feira (18) que não existem remédios ou outras substâncias que previnam ou curem a Covid-19. E acrescentou que a “maior ação” contra o vírus são o isolamento social e a adoção de medidas de proteção individuais. Cerca de uma hora depois, apagou a mensagem.
O post do ministério era uma resposta a uma usuária que comentou outro texto da pasta. Esse texto falava sobre a importância de a população procurar uma unidade de saúde após identificar sintomas da doença.
“Olá! É importante lembrar que, até o momento, não existem vacina, alimento específico, substância ou remédio que previnam ou possam acabar com a Covid-19. A nossa maior ação contra o vírus é o isolamento social e a adesão das medidas de proteção individual”, dizia a postagem do ministério.
Questionado, o Ministério da Saúde não havia respondido, até a última atualização desta reportagem, o motivo pelo qual o texto foi apagado.
A postagem contrariava os métodos defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia.
Assim que os primeiros casos de Covid-19 começaram a ser registrados no país, Bolsonaro se posicionou contra as medidas de isolamento social, adotadas por governos estaduais e municipais a partir de orientações de autoridades sanitárias internacionais.
Nesta quinta, na cidade de Flores de Goiás, Bolsonaro fez um discurso para agricultores no qual voltou a criticar o isolamento.
“Graças a vocês, que não pararam, nós da cidade continuamos sobrevivendo. Se o fique em casa e a economia a gente vê depois fosse aplicado no campo, teríamos desabastecimento, fome, miséria e problemas sociais”, afirmou Bolsonaro.
O presidente também tem defendido, ao longo de toda a pandemia, o uso de medicamentos que, segundo ele, curam ou previnem a doença.
Não há nenhuma comprovação científica da eficácia dos remédios. Um desses remédios propalados por Bolsonaro é a hidroxicloroquina, mas estudos feitos em diversos países não atestaram nenhum efeito positivo do medicamento.