Um muro de quatro metros de altura é a solução encontrada pela Prefeitura de Milão, na Itália, para impedir incursões de dependentes químicos nas linhas de trem em uma zona periférica da cidade.
A construção fica no bairro de Rogoredo, no extremo-sudeste da metrópole e considerada uma das maiores áreas de tráfico ilegal de toda a Europa.
O muro, que tem cerca de 600 metros de extensão, está quase terminado. Há meses a presença de policiais na região é constante, com operações periódicas no chamado “Bosquecito”. No entanto, com a construção do muro se aproximando do fim, a zona continua reunindo centenas de usuários provenientes de toda a Lombardia e de outras regiões.
Um fenômeno que parece não ter solução, como testemunham muitos moradores. “Aqui é uma tragédia. Basta olhar pela janela e se vê mais de 300 usuários passando todos os dias, alguns fisicamente debilitados, descalços e instáveis”, contou um senhor de meia-idade que mora perto da estação Rogoredo.
“Aqui também o metrô é um problema”, relatou outro transeunte.
“Assim que os policiais terminam a patrulha, sobem dezenas [de usuários] para pedir dinheiro e andar pelos trilhos ferroviários para comprar negra [heroína de baixo custo]”, acrescentou.
O muro, como explicaram alguns policiais, deve impedir viciados de caminharem sobre as vias de alta velocidade, em uma área com histórico de acidentes mortais. “Aqui as pessoas se dividem entre duas escolas de pensamento: quem se preocupa em ajudar os viciados e quem quer eliminar o problema da venda ilegal e ponto”, disse o padre Marco, pároco de Rogoredo. (ANSA)