O crescimento de 6% da produção industrial em 2007 foi impulsionado, principalmente, pela demanda interna de bens de consumo, especialmente duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, por exemplo. A avaliação foi feita pelo coordenador de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sílvio Salles. Ele destacou ainda o desempenho positivo de setores exportadores de commodities (mercadorias agrícolas e semi-industrializadas).
“As condições do mercado de trabalho estão favoráveis a um consumo maior de bens por parte da população. Houve um aumento da ocupação e da renda e uma sustentação da oferta de crédito, cujo reflexo pode ser sentido na extensão dos prazos de pagamentos e na redução das taxas de juros, o que vem sustentando o consumo. E o melhor é que, até o momento, não há sinais de aumento do indicador de inadimplência, que está estabilizado”, avaliou o economista.
Em 2007, o IBGE constatou aumento da produção em 21 atividades, em 65 dos 66 subsetores e em 66% dos produtos pesquisados. Entre as chamadas categorias de uso, a maior taxa ficou com bens de capital (máquinas e equipamentos para a indústria), que registrou crescimento de 19,5%. Bens de consumo ficou com 4,7%, sendo que os duráveis registraram aumento de 9,2% e os semiduráveis e não duráveis, 3,4%, e bens intermediários, 4,9%.
Entre as atividades, os desempenhos de maior impacto sobre a média global da indústria foram de veículos automotores (15,2%) e máquinas e equipamentos (17,7%). “A indústria automobilística mostrou uma queda nas exportações em 2007, e acabou liderando o desempenho entre os ramos industriais totalmente apoiada no aumento do consumo interno”, disse Sílvio Sales.
O economista do IBGE disse que o crescimento da indústria foi aumentando ao longo de 2007 e continua apontado para resultados positivos nesse início de ano. Segundo ele, o destaque na produção de bens de capital é uma característica da “qualidade do crescimento da indústria”, que também vem contando com importações nessa categoria.
“Isso significa que está havendo demanda por investimentos, e a oferta de máquinas e equipamentos está acompanhando essa demanda. O crescimento de bens de capital cria mais capacidade na indústria para atendimento a um possível aumento de demanda”, disse Sales. “Uma estatística setorial importante, que é a do setor de automóveis, continua mostrando desempenho forte este ano”, complementou.