A Polícia Civil de Rio Preto instaurou inquérito policial para investigar suposto crime de exploração sexual cometido contra uma adolescente de 17 anos.
O presidente da Câmara, Oscarzinho Pimentel, é um dos investigados pelo delito. Ele teria pago R$ 400 por um programa com duas adolescentes, ambas com a mesma idade, ocorrido no último dia 22 de junho, às 21h30 num motel da cidade.
O inquérito foi aberto na tarde de ontem pela delegada Dálice Ceron, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), com base no artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – submeter a criança ou adolescente à prostituição ou à exploração sexual – cuja pena varia de 4 a 10 anos de reclusão. A delegada não quis fornecer detalhes da investigação, alegando que o inquérito (em razão de o crime ser sexual contra menor) está sob sigilo.
A mãe da suposta vítima procurou a DDM, no último dia 29 de junho, para denunciar a crime. Segundo ela, a filha A.C. saiu de casa no dia 19 depois de uma discussão familiar, dizendo que ia morar com uma amiga chamada T.. Embora da mesma idade, a amiga já é casada e mãe de uma criança.
Três dias depois, na sexta-feira dia 22 de junho, T. teria dito a A.C. que a levaria para um passeio com o “velho” dela. “Quando o homem chegou, eu pensei que nós fôssemos num lugar bacana, mas ele pegou a rodovia. Quando chegamos na frente do motel, a minha amiga começou a me falar ‘pensa no dinheiro, só pensa no dinheiro’, relatou a menor A.C. A adolescente T. também é investigada pelo crime.
Segundo a adolescente A.C., Oscarzinho apareceu para pegá-las a bordo de um carro preto, com vidros escuros (insufilmados) e teto solar. Ela disse não saber a marca do carro, mas afirmou ser capaz de reconhecer o veículo que estava sendo dirigido pelo vereador. A.C. contou que os três foram direto para o motel que fica numa rodovia. “Não sei se era em direção a São Paulo ou se era em direção a Bady (Bassitt).”
A adolescente afirma que ficaram aproximadamente uma hora no motel e que as duas mantiveram relação sexual com o vereador. Lá os três, segundo a menina, ingeriram Smirnoff (vodca). “Ele tomou só um pouquinho.” Após o programa, Oscarzinho teria levado as meninas de volta para a casa e entregue R$ 400 para T., que teria repassado R$ 100 a A.C.. “Antes de eu sair do carro, ele me entregou um cartão com a foto dele e com o número de seu celular”, disse A,C.
A adolescente diz que só descobriu a identidade de Oscarzinho quando entregou o cartão dele para a mãe. “Minha mãe viu e falou que era o vereador. O cartão dele ficou com a polícia”, afirmou a menina. A delegada Dálice afirmou que não solicitou exame de corpo de delito porque o boletim só foi registrado uma semana depois do suposto crime e que, nesse intervalo, a adolescente teria se relacionado sexualmente com outras pessoas.