O menino que foi morto pelo pai numa favela de Ribeirão Preto na quarta-feira (5) tinha acompanhamento do Conselho Tutelar desde 2011.
Apesar disso, ninguém desconfiou das agressões que ele sofria em casa.
Na quarta, Jonathan Bidoia Neres, 12, morreu, segundo a polícia, após ter sido agredido pelo pai, o pedreiro Jurandir Ferreira Neres, 49.
Depois de tomar conhecimento da morte do garoto, moradores da favela Monte Alegre invadiram a casa e mataram o homem.
Marlene Colombo, conselheira, disse que o menino passou a ter acompanhamento após a escola onde ele estudava fazer uma denúncia ao conselho.
Jonathan tinha acompanhamento porque ajudava o pai a recolher materiais recicláveis pelas ruas, o que caracteriza trabalho infantil.
Ela afirmou que não chegaram ao conhecimento dos conselheiros informações sobre as agressões que o menino sofria.
Familiares de Jonathan diziam que o pai sempre batia no filho.
O menino era atendido por uma psicóloga do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) 1 de Ribeirão Preto.
Nesta quinta-feira (6), o velório do menino foi marcado por comoção.
Colegas de escola prestaram uma homenagem ao adolescente –cerca de cem estudantes compareceram ao velório. O corpo foi enterrado às 14h.
Cartazes, fotos e cartas fizeram parte da homenagem.
Segundo a avó materna, Angela Aparecida Bidoia, 65, o menino recolhia material reciclável do lixo para ajudar o pai em casa.
Ao mesmo tempo, porém, conforme ela, o pedreiro agredia o filho quando usava álcool e drogas.
“Ele [pai] já foi preso por tentativa de homicídio e agressão. Foi o demônio que fez isso. Ele sempre batia nas crianças. Era uma relação complicada. A exceção era quando ele estava sóbrio.”
Colegas da escola onde o menino estudava –ele estava no sétimo ano do ensino fundamental– afirmaram que sua presença não era constante, mas que Jonathan era querido por todos.
O CRIME
O corpo do homem foi encontrado com o rosto desfigurado, depois de os vizinhos terem invadido a residência e o agredido na quarta-feira.
O menino chegou a ser levado para a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) Sumarezinho, mas já chegou morto ao local. Jurandir morreu na hora.