
Richard Sandrak ficou conhecido mundialmente como “o menino mais forte do mundo” aos 11 anos. Sua impressionante força e físico chamavam a atenção, especialmente por sua capacidade de levantar até três vezes o próprio peso. No entanto, por trás da fama, havia uma história de sofrimento e abuso que ele decidiu revelar aos 32 anos.

Nascido na Ucrânia e criado na Pensilvânia, nos Estados Unidos, o garotinho iniciou um regime de treinamento extremo desde muito pequeno. Apesar da admiração pública, surgiram suspeitas de que seu pai o forçava a seguir rotinas exaustivas. Agora, ele confirma essas suspeitas e detalha os abusos sofridos na infância.
Em entrevista ao jornal britânico Metro, Sandrak revelou o sofrimento físico e emocional que enfrentou desde cedo. Ele descreveu como os treinamentos eram excessivos e como o pai, Pavel, exercia um controle severo sobre sua vida, impedindo-o até de frequentar a escola e socializar com outras crianças.
“Quando as pessoas falam de lembranças da infância, geralmente são memórias felizes. Eu não tenho isso. Para mim, o abuso era algo cotidiano”, contou.
A rotina de Sandrak incluía sessões de treino de até oito horas diárias e uma dieta rigorosa para manter sua forma física. Seu pai, que sofria ataques de ira, impunha exercícios extremos, chegando a forçá-lo a fazer agachamentos ininterruptos enquanto assistia a filmes.
“O que começou como um treino normal virou algo brutal, com sessões de 12 horas seguidas. Era como estar preso em uma situação de refém”, relatou.

Sem amigos para orientá-lo sobre o que era normal, o menino cresceu sem perceber a gravidade do que vivia. Seu pai não apenas impunha treinamentos intensos, mas também usava violência física para obrigá-lo a continuar: “Ele me batia para me forçar a treinar. Aprendi desde pequeno a não dizer não. Eu apenas cerrava os dentes e fazia o que ele mandava”.
Apesar da fama e do contato com celebridades, Richard Sandrak vivia uma realidade de sofrimento. O assédio da mídia, no entanto, fez com que seu pai moderasse o tratamento em público. No entanto, o abuso continuava nos bastidores.
Decidido a mudar sua vida, Sandrak tomou coragem e denunciou o pai às autoridades. Ele ligou para o 911 e pediu ajuda. A polícia prendeu Pavel, que foi posteriormente deportado para a Ucrânia. “Foi um alívio enorme quando o levaram. Minha vida mudou dali em diante”, declarou.
Desde então, Richard Sandrak nunca mais viu o pai e não tem intenção de revê-lo. “Dizem que é preciso perdoar e esquecer. Talvez eu possa perdoar um dia, mas esquecer? Nunca.”
Após anos afastado dos holofotes, ele abandonou o fisiculturismo e seguiu uma vida longe das câmeras. Hoje, ele se dedica a atividades comuns, buscando superar o passado e construir um futuro baseado na liberdade e no autoconhecimento.
