O menino Gabriel Martins Alves de Oliveira, de dois anos, morreu na sexta-feira dentro do carro de Cláudia Vidal da Silva, 33 anos, que faz transporte escolar de forma irregular na zona norte do Rio. A polícia investiga se ele foi esquecido por ela dentro do veículo.
A motorista disse, em depoimento à polícia, que teve um mal súbito e ficou 1h30 desacordada, com o menino dentro do carro, fechado. Quando voltou a si, percebeu que Gabriel estava em convulsão e o levou a um posto médico. O garoto morreu por insolação extrema – o calor era forte na sexta-feira e o ar condicionado desarmou, conforme seu relato.
A polícia autuou Cláudia por abandono de incapaz seguido de morte e por fazer transporte irregular. Ela vai responder em liberdade, uma vez que não há provas de que tenha deixado a criança sozinha no veículo. Os policiais acreditam, a princípio, ter se tratado de uma fatalidade.
Isso porque a versão de Cláudia foi considerada verossímil, uma vez que em seu celular havia chamadas perdidas e mensagens não lidas no período em que ela alega ter ficado inconsciente. A motorista havia buscado Gabriel em casa às 10 horas, como de costume, mas, no meio do caminho, teria passado mal e encostado o carro. Estima-se que a temperatura no automóvel tenha chegado a 50 graus.
“Ela já esqueceu meu filho antes. Uma vez, teve a cara de pau de falar: “seu filho é um amor, bonzinho, então eu prefiro entregar todas as crianças primeiro e deixar seu filho por último.” Só que dessa vez ela não entregou. Foi um descaso dela e da creche, que não me ligou pra avisar que meu filho não chegou”, disse a mãe de Gabriel, Carla Oliveira.