Contestado por muitos após a convocação para a Copa, o lateral Fagner Conserva Lemos, de 29 anos, vive um sonho em sua carreira e pode se firmar como titular da equipe de Tite no Mundial.
O jogador estava há dois meses se recuperando de uma lesão na coxa direita e teve poucas oportunidades durante a “Era Tite”, porém, com a lesão de Daniel Alves, faltando pouco mais de um mês para o início da Copa, Fagner ganhou um voto de confiança do treinador da Seleção e foi convocado para a competição, mesmo sem estar 100% recuperado.
Criado no Capão Redondo, Zona Sul de São Paulo, Fagner começou a criar intimidade com a bola em um campo de terrão em sua região. Aos 9 anos, o lateral da Seleção começou a treinar no Joerg Bruder, clube amador da prefeitura de São Paulo, localizado no bairro de Santo Amaro. Lá, Fagner recebeu os ensinamentos iniciais para que pudesse ter sucesso na carreira de jogador. Um dos responsáveis por sua formação foi Leonídio Barbosa dos Santos, mais conhecido como “Mundinho”, um dos primeiros treinadores do corintiano. “Ele sempre foi um menino de estatura baixa e queria jogar só no meio campo, mas ele tinha dificuldades por causa do físico, era pequenininho… então passei ele para a lateral”, lembra Mundinho, que trabalhou com o lateral até os 12 anos de idade dele.
Criticado frequentemente pelos adversários por causa das faltas duras que comete, Fagner nunca deixou de ter um estilo aguerrido, como relembra Mundinho, hoje técnico do Capão F.C. “O Fagner sempre compensou a estatura com a vontade que tem. Ele nunca foi maldoso, mas acho que pegou um pouco desse jogo duro quando foi para a Europa. Ele até falava que parecia com o Beckham (ex-meia da Inglaterra, por ter uma boa técnica)”, diz o treinador.
O volante do Caxias do Sul Régis dos Santos Silva, de 28 anos, companheiro dos tempos de futebol amador de Fagner, também não esqueceu os fatos que antecederam o início oficial da história do lateral com o Corinthians. “Ele, na verdade, jogava de meia-atacante, como eu e o Anselmo (ex-jogador do Sport), no Bruder. Fizemos uma viagem para Buritama, para disputar um torneio e o nosso lateral direito acabou jogando de volante. O professor Mundinho colocou o Fagner de lateral, ele era baixinho e muito rápido, e nesse campeonato ele se destacou e foi o melhor jogador da competição”, conta Régis. Após se destacar neste torneio, Fagner foi convidado para ingressar na equipe corintiana e assim se firmou no clube alvinegro, com idas e vindas da Europa e uma passagem pelo Vasco da Gama.
