As notícias sobre a febre amarela provocam uma corrida desnecessária da população aos postos de saúde. Em São José do Rio Preto e Araçatuba, no interior do Estado de São Paulo, o número de doses aplicadas desde a última segunda-feira é o mesmo do total de imunizações feitas durante o mês todo. Em algumas unidades as filas estão se formando há dois dias e, preocupadas, as autoridades de saúde iniciam campanha para esclarecer a população.
Em Rio Preto, foram vacinadas cerca de mil pessoas nos últimos quatro dias, embora a cidade tenha passado em 2.000 por uma campanha de vacinação em massa contra a febre amarela. “Mesmo assim, as pessoas correm aos postos, dizem que perderam a carteirinha de vacinação ou inventam que vão viajar”, diz Michela Dias Barcelos, responsável pelo setor de imunização da Secretaria Municipal de Saúde. Durante todo mês de dezembro, o município imunizou 1.138 pessoas.
Para enfrentar o problema e impedir a falta de vacinas, a secretaria pediu à Diretoria Regional de Saúde mais 3,5 mil doses e também vai iniciar uma campanha na imprensa para orientar a população. “Vamos aos jornais, rádios e TVs avisar a população que a vacinação é desnecessária”, disse.
Em Araçatuba, a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro São João que costuma vacinar 15 pessoas por dia, as filas começam a se formar pela manhã e vão até o final da tarde. Na quarta-feira 170 pessoas foram imunizadas e 150 haviam sido vacinadas nesta quinta-feira até as 15 horas. O município que aplica cerca de 700 doses por mês, já imunizou 750 pessoas do dia 1º até esta quinta-feira.
Embora os dois municípios estejam na área de transição, por estarem na divisa com as regiões endêmicas do Centro-Oeste, a vacinação em massa ainda não é necessária.