Cientistas comemoraram os resultados de um ensaio clínico que comprovou que uma droga retarda o declínio cognitivo em pacientes com Alzheimer, além de apontar efeitos colaterais importantes.
O material foi divulgado nesta quarta-feira, 30, pelo New England Journal Of Medicine. Os resultados do ensaio clínico avançado realizado com 1.800 pessoas por um ano e meio apontara redução de 27% no comprometimento cognitivo em pacientes que receberam lecanemab, medicamento que foi desenvolvido pelo grupo japonês Eisai e pela empresa americana Biogen. No entanto, os resultados também apontam para efeitos colaterais, às vezes graves.
No total, 17,3% dos pacientes que receberam o medicamento sofreram hemorragias cerebrais, em comparação com 9% do grupo placebo. Além isso, 12,6% dos pacientes tiveram edema cerebral, contra apenas 1,7% do grupo placebo. A taxa de mortalidade foi quase a mesma nos dois grupos: 0,7% em quem recebeu o medicamento e 0,8% em quem recebeu placebo.
“É o primeiro medicamento que oferece uma opção real de tratamento para pessoas com Alzheimer”, disse Bart De Strooper, diretor do Instituto Britânico de Pesquisa em Demência. “Embora os benefícios clínicos pareçam um tanto limitados, espera-se que eles se tornem mais evidentes se o medicamento for administrado por um período maior de tempo”, disse ele.