A redação dos estudantes inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano será submetida a um novo sistema de correção. A intenção é aumentar o rigor na avaliação dos textos e, assim, evitar pedidos de revisão da nota.
No ano passado, o Inep, órgão ligado ao Ministério da Educação e responsável pelo Enem, recebeu cerca de 120 pedidos judiciais de candidatos que, insatisfeitos com a nota obtida na redação, quiseram ter acesso à correção do texto.
Com as mudanças anunciadas nesta quinta-feira pelo ministro Aloizio Mercadante (Educação), uma única redação poderá passar por análise de até seis corretores –hoje, o texto é corrigido por até três profissionais.
“Estamos bastante preparados para enfrentar esse grande desafio que é fazer o Enem cada vez mais aperfeiçoado, mais seguro, e que dê tranquilidade para as famílias e jovens que vão participar desse processo”, afirmou Mercadante.
PONTOS
Na edição de 2012, o texto que apresentar uma diferença de 200 pontos entre as notas dadas por dois corretores seguirá automaticamente para uma terceira análise. Hoje, para obter essa terceira avaliação é necessária uma diferença de 300 pontos.
O texto também seguirá para esse terceiro corretor caso haja diferença de 80 pontos na análise de um ou mais quesitos considerados na definição da nota. A nota final da redação, cujo valor máxima é de 1.000 pontos, é baseada em 5 itens, como domínio da língua escrita e aplicação de conceitos de várias áreas de conhecimento.
Se ainda nessa terceira correção persistir a discrepância de pontos, a redação será novamente avaliada, dessa vez por uma banca presencial, formada por três membros. Essa última avaliação não existia na edição do Enem do ano passado.
“Se permanecer a dispersão [dos pontos] nós iremos para uma quarta avaliação, que é uma banca certificadora, coordenada por um doutor que fará a avaliação final”, disse o ministro.
GUIA DO PARTICIPANTE
A partir de julho, o Inep deve disponibilizar um guia para os candidatos do Enem com explicações sobre a metodologia para correção da prova, além de modelos de “redação de excelência”. “É preciso que o estudante saiba o que se espera dele”, disse Luiz Cláudio Cunha, presidente do Inep.
O material deverá ser publicado na página do Inep em PDF e em guias impressos para escolas públicas.
Segundo o ministro Aloizio Mercadante, a expectativa é que neste ano se inscrevam entre 5,8 e 6,1 milhões de candidatos.