O uso de máscaras de proteção será obrigatório em todo o estado de São Paulo a partir desta quinta-feira (7), como forma de combate e prevenção ao novo coronavírus. A determinação vale para áreas públicas (na rua ou em cemitérios, por exemplo) e em estabelecimentos essenciais como supermercados, escritórios e hotéis.
No transporte público também é obrigatório o uso do item. Até motoboys que estiverem trabalhando com delivery ou mototáxi também precisarão usar a proteção.
São Paulo, que é o epicentro da pandemia no Brasil, foi o primeiro estado a adotar medidas de quarentena e agora tenta viabilizar uma abertura econômica em parte do território, desde que a região atenda a requisitos mínimos de cumprimento do isolamento social, por exemplo.
A importância do uso de máscaras já foi destacada por diversas autoridades, como a Organização Mundial de Saúde (OMS), mesmo para pessoas sem sintoma algum da Covid-19.
Estudos liderados por pesquisadores chineses mostraram que a maioria das infecções pelo novo coronavírus partiu de pessoas assintomáticas que, ao falar, poderiam expelir gotículas contaminadas no ar.
O item de proteção, portanto, funciona como uma barreira física e impede que as partículas maiores se espalhem no ar.
COMO E ONDE É OBRIGATÓRIO USAR MÁSCARA EM SP
Carros de aplicativo
SIM: O decreto estende para o estado o que já era regra na capital; vale para motoristas e passageiros
Motocicletas e carros
SIM: se for delivery ou mototáxi; NÃO: se for para uso particular, como o carro; ambos são considerados privados, como as casas
Escritórios que operam como serviços essenciais
SIM: Dentro desses locais
Estabelecimentos do ramo comercial essencial
SIM: Na circulação comum de mercados, hotéis etc.
Área comum de prédios
A cargo da administração
Bike e esportes ao ar livre
SIM: Como para andar na rua, em qualquer trajeto, não importando a distância
Cemitérios
SIM: Por serem área pública
Compra
A máscara descarável pode ser adquirida em farmácias, supermercados ou lojas de conveniência
Fiscalização
A fiscalização é feita pela vigilância sanitária e o descumprimento pode acarretar multa de R$ 276,10 a R$ 276,1 mil. Em Rio Preto, porém, o prefeito Edinho Araújo (MDB) diz que a Guarda Municipal não deverá aplicar multas, mas orientar a população.
Existem diversos tipos de máscaras e as autoridades pedem que as hospitalares sejam preservadas apenas para profissionais da saúde ou pessoas com coronavírus, evitando a escassez do item.
Para a população em geral, recomenda-se o uso das máscaras descartáveis (que como o nome diz, não devem ser reutilizadas), ou as de pano, que podem ser feitas em casa, desde que sigam as diretrizes recomendadas pelas autoridades de saúde.
Farmácias, supermercados e até lojas de conveniência podem vender o item de uso comum. Denúncias quanto ao descumprimento da obrigatoriedade do uso de máscara podem ser feitas ao poder público estadual e municipal.
“A fiscalização será realizada pelas autoridades sanitárias estaduais e municipais, em conjunto com as equipes do Procon em estabelecimentos comerciais. Também será aplicado o Estatuto do Servidor em repartições públicas. Se necessário, poderá ser solicitado o apoio das forças de segurança”, disse o governo, em nota.
O descumprimento pode acarretar advertência ou multa, de R$ 276,10 a R$ 276,1 mil. Caso a ocorrência aconteça dentro de um estabelecimento, o responsável é o local.
Estudos atestam a eficácias de máscaras caseiras na proteção contra a gripe, que é transmitida de forma muito semelhante ao vírus da Covid-19. Elas não protegem tão bem quanto uma máscara cirúrgica comum, mas não ficam muito atrás.
Material produzido por pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, indica que o item de pano reduz significativamente o número de microrganismos expelidos, embora uma máscara cirúrgica seja três vezes mais eficiente.
A publicação também diz que os materiais mais indicados para a confecção (por protegerem bem e não atrapalharem a respiração) são tecidos de algodão, como o de camisetas ou de roupas de cama. Quanto mais densa a malha, melhor.
A eficiência e durabilidade do equipamento depende de sua correta higienização. Ele deve ser lavado após cada uso e não se deve ser vestido por mais de duas horas seguidas ou caso fique úmido.
A limpeza pode ter várias etapas e ser um processo demorado. Na falta de como seguir todas as recomendações, existe uma parte que não pode faltar. “Acredito que água e sabão sejam insubstituíveis”, explica Wladimir Queiroz, infectologista do instituto Emílio Ribas.
Pode-se usar água quente, fria ou até uma máquina de lavar, desde que seguindo instruções específicas para cada método.
O ideal é que cada pessoa tenha pelo menos dois itens, para alternar, caso seja necessário. Seu manuseio deve ser feito sempre pelas alças, nunca pela face, e ele deve ser guardado em recipiente fechado.
Para quem usa óculos, a dica é colocar primeiro a máscara antes de vesti-lo. Também é necessário que ele seja higienizado após cada uso. Para evitar que as lentes fiquem embaçadas.
A falta de máscaras descartáveis nas prateleiras das farmácias tem feito costureiros e costureiras produzirem o item inclusive para auxiliar a renda. Fábricas de roupas, como de peças íntimas, também tem fabricado o acessório.
O item passou também a figurar dentre os vendidos por ambulantes dentro do transporte público e a polícia já chegou a apreender máscaras cirúrgicas comercializados de forma irregular.