Mario Frias foi ao Twitter neste domingo criticar um hotel no Rio de Janeiro que teria impedido sua família de se hospedar, por falta de cumprimento de protocolos de saúde. Sem revelar o nome do hotel, o secretário Especial de Cultura disse que sua mulher e filha “foram expulsas” por não apresentarem passaporte de vacinação, documento que comprova que a pessoa está em dia com a imunização contra a Covid-19. A doença já matou mais de 617 mil pessoas no Brasil desde março de 2020, e a vacinação é considerada o principal fator de controle da pandemia.
Com palavrões, o secretário de Cultura xingou os funcionários que seguiram as normas impostas por decreto da prefeitura e disse que vai “processar todos os responsáveis por esse ato”.
“Um merda inútil ter a coragem de impedir minha família de ter um teto para dormir às 21h da noite é criminoso. O mais revoltante é que, enquanto eles tratam o povo como escravo, estão por aí farreando e bebendo, como canalhas hipócritas que são! Irei processar todos os responsáveis por esse ato. Vocês não irão tomar minha liberdade e da minha família sem que eu lute por ela. Vagabundos!”, disse ele em uma sequência de posts no Twitter. Procurado por meio de sua assessoria, o secretário não respondeu aos questionamentos do GLOBO.
Em decreto publicado no início de dezembro, a prefeitura do Rio ampliou a cobrança do passaporte vacinal. A lista de estabelecimentos em que é exigida a comprovação da imunização contra a Covid-19 aumentou e, a partir de agora, será preciso apresentar o certificado para acessar shoppings, ir a áreas internas ou com cobertura de restaurantes e bares, se hospedar em hotéis e utilizar serviços de transporte individual — como táxi e aplicativos.
No início de novembro, o Ministério Público Federal solicitou à Justiça a derrubada da portaria editada pelo secretário especial da Cultura que proíbe a exigência de passaporte sanitário em projetos financiados pela Lei Rouanet. De acordo com o MPF, a medida adotada por Mário Frias teve como objetivo “interferir nas medidas sanitárias e epidemiológicas” e representa um “desvio de finalidade”, porque não cabe a um órgão subordinado ao Ministério do Turismo determinar ações de prevenção e controle da Covid-19.
No sábado, o ex-ator Thiago Gagliasso foi escalado para substituir Mario Frias, impedido de comparecer a um evento em Niterói por que estava cumprindo quarentena de quatro dias após ingressar no Brasil sem o passaporte sanitário.