O traficante Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, foi transferido, nesta quinta-feira (3), da Penitenciária Federal de Brasília (veja vídeo acima). O chefe de facção criminosa, condenado a 330 anos por diversos crimes, estava preso no DF desde 2019.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, informou sobre a transferência pelo Twitter. “Ação de sucesso total”, disse o ministro.
O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) não divulgou a unidade de destino de Marcola “por questões de segurança”. De acordo com o Depen, “as transferências de presos são medidas rotineiras” e indicadas após análise da inteligência penitenciária.
A transferência foi feita pelo Depen, com apoio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, por meio da Força Nacional, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal.
“Isolamento”
Em 2019, o governador Ibaneis Rocha (MDB) criticou a transferência de Marcola de Porto Velho (RO) para a Penitenciária Federal em Brasília. Além do traficante, outros chefes de facções vieram para o Distrito Federal, entre eles, Cláudio Barbara da Silva (Barbará), Patric Velinton Salomão (Forjado) e Pedro Luiz da Silva (Chacal).
“Estão trazendo o crime organizado para o DF”, disse Ibaneis à época.
O governador chegou a gravar um vídeo onde disse que o DF “não foi feito para abrigar detentos de facções criminosas”. Na fala, Ibaneis disse: “Esses bandidos precisam de isolamento. Não é a 6 quilômetros do Palácio do Planalto que vamos ter esse isolamento. Brasília é a capital da República e é assim que deve ser tratada”.
Na época, Ibaneis “repudiou” a atitude do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, de fazer a transferência. “Quero deixar claro meu repúdio a essa atitude do ministro Sérgio Moro, que traz para a cidade [esses presos] que tem que ser protegida”, disse o governador do DF.
Moro, no entanto, ressaltou que a penitenciária era “nova” e que tinha “condições de receber o preso com tranquilidade”:
“Não vejo prejuízo nenhum para a população do Distrito Federal. O objetivo [da transferência] é garantir que essas lideranças não comandem organizações criminosas de dentro da cadeia”, disse o então ministro Sérgio Moro.