Em algumas semanas Felipe Massa inicia a segunda temporada competindo na Fórmula E. O brasileiro passou 15 anos na Fórmula 1, onde foi vice-campeão mundial em 2008 (quando o britânico Lewis Hamilton ganhou o primeiro de seus seis títulos). A sexta edição da categoria automobilística de carros elétricos inicia no próximo dia 22 de novembro no circuito de rua de Al-Diriyah, na Arábia Saudita. No dia seguinte, na mesma pista, será disputada a segunda prova da competição, que terá 14 etapas ao todo.
“Serão vários pontos pela frente logo de cara. Pode ser ruim se não chegarmos lá 100% preparados, mas pode ser bom se chegarmos competitivos e somarmos o máximo de pontos possíveis antes de um intervalo grande [dois meses até a terceira corrida, em Santiago, no Chile]”, analisa Massa durante evento de promoção da Fórmula E em São Paulo.
A perspectiva do brasileiro passa pela corrida contra o tempo da Venturi, equipe da qual faz parte desde o ano passado. Em outubro a escuderia monegasca anunciou que passaria a utilizar equipamentos (como motor, trem de força e sistemas de refrigeração e suspensão) fornecidos pela Mercedes.
O primeiro grande teste foi na pré-temporada da categoria, realizada no circuito Ricardo Tormo, em Valência (Espanha) entre 15 e 18 de outubro. Foram seis tomadas de tempo reunindo os 24 pilotos do grid. Massa fez a 12º marca (1min15s504 no último dia de treinos), sendo o melhor entre os brasileiros. Lucas Di Grassi, da Audi, foi o 17º (1min15s675).
“O primeiro dia não foi muito bom [1min17s189], sofremos com algumas coisas que não funcionaram direito na parte eletrônica e na configuração. Melhoramos no segundo dia [1min16s580] e mais ainda para o terceiro. Estabelecemos um bom ritmo”, avalia. O brasileiro diz que a pista de Valência é diferente dos circuitos de rua da Fórmula E, e que, por isso, os resultados na Espanha não determinam favoritismos.
O alemão Max Gunther, da BMW, fez o melhor tempo dos testes (1min15s087). A diferença entre ele e o suíço Neel Jani, da Porsche, com a 22º marca da pré-temporada (1min16s053), foi de menos de um segundo. Cenário que reforça o equilíbrio visto na última edição da categoria (em 13 etapas foram nove vencedores diferentes).
O atual campeão (ou melhor, bicampeão) é o francês Jean-Eric Vergne, da Techeetah. Massa ficou em 15º com 36 pontos, tendo como melhor resultado o 3º lugar na etapa de Mônaco, a nona do circuito. Ele acredita que a experiência da primeira temporada poderá trazer resultados melhores no campeonato que inicia no próximo dia 22.
“A Fórmula E é, sem dúvida, bem diferente de todas as outras. Não só pelo carro elétrico, mas pelas pistas, o jeito do carro, com pneu de rua, sem carga aerodinâmica como nos carros que eu estava acostumado. Pilotos com mais experiência têm, sim, vantagem, e estou criando essa experiência. Ela vai me ajudar a entender o melhor jeito de guiar, de trabalhar carro, [o controle da] bateria, conhecer as pistas. No fim, estou muito mais preparado”, encerra.